Por ser uma doença grave, com muitas consequências na vida da pessoa, acarreta piora na qualidade de vida
Mais da metade dos portadores de transtorno bipolar - 57,3% - não recebe tratamento, de acordo com um estudo mundial que avaliou 61.392 pessoas acima de 18 anos em 11 países. Em todo o mundo, 2,4% da população é acometida pela doença. No Brasil foram avaliadas mais de 5 mil pessoas concentradas na Região Metropolitana de São Paulo, dos quais 42,7% estavam sendo tratadas. O transtorno bipolar traz ao indivíduo oscilações de humor entre depressão e euforia e pode causar irritabilidade, agressividade e ideias suicidas.
Segundo a coordenadora de Epidemiologia do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) e responsável pela pesquisa no Brasil, Laura Helena de Andrade, muita gente não é diagnosticada e por ser uma doença grave, com muitas consequências na vida da pessoa, acarreta piora na qualidade de vida, incapacitação e possível agravamento da doença.
“Para mais pessoas serem diagnosticadas é preciso haver campanhas de esclarecimento, treinamento do profissional de saúde no atendimento primário que recebe a pessoa com problemas de comportamento como álcool e drogas, e o transtorno bipolar não é reconhecido”.
Laura ressaltou que 10% dos casos detectados no ano anterior à entrevista são graves e que geralmente os transtornos psiquiátricos são quadros crônicos que começam cedo na vida e por isso há prejuízos no desenvolvimento pessoal, educacional, profissional. No caso do transtorno bipolar, há uma repetição dos casos, que com o tempo se tornam cada vez mais graves e frequentes. “Compromete a vida toda do indivíduo e da família. O quadro é grave porque pode ser associado a taxas maiores de suicídio”, explicou.
O psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria, Ricardo Alberto Moreno, explicou que o portador de transtorno bipolar deve ser tratado por toda a vida com estabilizadores de humor, e não só os surtos de depressão ou estado misto, que varia entre euforia e depressão. “Muitas vezes o médico recebe o paciente em estado de depressão e diagnostica como depressão unipolar erroneamente sem levar em consideração episódios anteriores ao do quadro atual. Se o paciente apresentar episódios de mania, euforia ou hipomania e depressão é fechado o diagnóstico de transtorno bipolar”.
Moreno ressaltou que o tratamento tem uma eficácia boa. Com o medicamento estabilizador de humor ministrado corretamente diminui-se muito a chance de novas crises ao longo da vida e isso faz com que o indivíduo tenha uma volta à sua vida normal ou próxima disso.
O garçom Rangel Lemes Antônio contou que antes de diagnosticar a doença ele vivia dentro de casa e não queria fazer nada, até que sua mãe procurou um especialista. Segundo ele, os momentos de depressão eram comuns e de repente se alteravam para euforia. “Depois do tratamento tive mais autoestima e o bipolar estabilizado é capaz de trabalhar. A sensação é a de me sentir normal, sem deficiência nenhuma. Na verdade tudo funcionava, só a cabeça não. Agora está funcionando até demais”.
O coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria explicou que a doença se manifesta no início da vida adulta e na adolescência. “Nesse período as crises sucessivas podem comprometer o desenvolvimento da pessoa, e a cada crise o indivíduo sofre perdas importantes em todos os sentidos”.
Além disso, há as doenças que podem caminhar junto com o transtorno como o abuso no uso de álcool e das drogas, que pioram o quadro porque há a somatória do prejuízo de duas doenças ao mesmo tempo. “Podem aumentar as crises, os comportamentos de risco, a baixa adesão ao tratamento, fora a deterioração física ao longo do tempo. O importante é estabelecer estratégias diferenciadas tratando cada doença com os recursos disponíveis”, recomenda.
O psiquiatra destacou que a postura da família é muito importante porque ambos sofrem com as consequências da patologia, por isso é importante educar as pessoas que rodeiam o portador sobre o que é o transtorno bipolar. “Temos que lidar com alguns aspectos: a ignorância e a desinformação, o preconceito, inclusive instruindo o paciente de que ele não pode cair nessa armadilha. Eu costumo dizer que o transtorno bipolar é um aspecto da
vida do paciente, mas não a vida toda dele”.
vida do paciente, mas não a vida toda dele”.
A Paz querida pastora Maria Valda!!!
ResponderExcluirQue felicidade ver este post sobre "transtorno afetivo bipolar do humor"! Pois sou portadora deste transtorno desde sempre, mas só agora, a tres meses resolvi levar a serio o tratamento! Não, conseguia aceitar esta enfermidade, pois pensava " se o meu Deus é o Deus que sara, como posso aceitar esta doença?" Como vou tomar remedios para ter alegria, se minha alegria vem somente do Senhor? Nem 8:20
Obrigada por escrever sobre isto! Quero já te dizer que vou levar esta artigo lá para o meu blogger!!
Pois vejo que a necessidade de divulga-lo e urgente!!
Uma linda semana para voce minha irmã!
Amo voce em Cristo Jesus!!
Marly
A paz de Cristo amada vim fazer uma visita, e amei o blog e principalmente o texto! Estou seguindo o seu blog!!! E queria te convidar a visitar o blog http://mulheresnopeniel.blogspot.com
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