CASOS A CONSIDERAR NO ESTUDO DA CRONOLOGIA
BÍBLICA
A
Relação Entre Séculos e Anos
Aqui, muitos se enganam no cálculo
de anos. Por exemplo: no Século I de uma era, estão os anos 1 a 100, e nos anos
100 a 200, como pode parecer à primeira vista. Exemplos mais completos:
Século I ano 1 a 100
Século II anos 100 a
200
Século III anos 200 a 300
Século XX anos 1900 a 2000
A
Era Antes de Cristo (Era a. C.)
A contagem do tempo antes de Cristo
é regressiva, isto é, parte de Cristo para a Criação (4.004 a. C), e não ao contrário; partindo
da criação para Cristo, os anos diminuem até chegarmos ao ano 1 a.C.; porém,
partindo de Cristo para a Criação adâmica, os anos aumentam até chegarmos ao
ano 4004, ano esse tido como o da Criação, ou melhor, recriação.
O
Erro do Nosso Calendário – o Calendário Atual
O uso do calendário é tão antigo
quanto à própria humanidade. Há calendários diversos. Nestas concisas e
incompletas notas, reportamo-nos unicamente ao calendário cristão, do qual, o
calendário atual é continuação.
Em 526 a. C. o imperador romano do Oriente, Justianiano I,
decidiu organizar um calendário original, entregando a tarefa ao abade Dionysius Exiguus, o
qual, em seus cálculos cometeu um erro, fixando o ano 1 a.C. com um atraso de 5 anos antes da
Era Cristã, o que é um absurdo, se não houver explicação. Nossos livros apenas
declaram o fato do erro, mas não explicam.
As datas atuais estão, portanto, atrasadas 5 anos. Para termos
datas mais ou menos exatas é preciso acrescentar-lhes 5 anos.
É também oportuno dizer que o calendário
atual chama-se Gregoriano,
porque em 1.582 o papa
Gregório XIII alterou o calendário de Dionysius, subtraindo 10 dias (determinou que o
dia 5 de outubro passasse a ser 15 do mesmo mês), a fim de corrigir a diferença
advinda do acúmulo de certos minutos a partir de 46 a. C., quando César reformou o calendário de
então.
O
Tempo e Suas Divisões
a) O Dia Natural. Isto é, o período em que há
luz. Entre os judeus e romanos o dia era dividido em 12 horas (Jo 11.9), isto,
nos dias do Novo Testamento. A Hora Primeira era às 6 da manhã; à Hora Sexta
era às 12 horas de hoje, (algumas referências: Jo 4. 6; At 10. 3, 9; Mt 20. 6). A Terceira, a Sexta e a Nova Horas
eram dedicadas a oração e adoração (At 3. 1; 10. 3, 9). Antes da Hora Terceira
os judeus não comiam nem bebiam (At 2. 15). Nos tempos do Antigo Testamento o
dia era simplesmente dividido em 3 períodos: manhã, das 6 à 10; calor do dia,
das 10 às 14: e frescor do dia, das 14 à 18 horas. O dia civil era contado de
um por do sol a outro (Lv 23. 32). Entre os romanos, o dia ia de uma meia-noite
a outra, isto é o dia civil.
João em seu Evangelho emprega o calendário romano; os demais
evangelistas usam o judaico. João escreveu de Éfeso, que, sendo território
romano, empregava o citado calendário. Por isso ele cita as horas de modo
diferente. Por exemplo, marcos usando o calendário judaico, declara (Mc 15. 33)
que estando Jesus na cruz, vieram trevas sobre a terra, na Hora Sexta
(meio-dia). João por sua vez, afirma que o julgamento de Jesus terminou na Hora
Sexta, o que é uma discrepância! Porém, no calendário romano usado por João, a
Hora Primeira do Dia era à meio- noite, sendo a Hora Sexta às 6 da manhã – a hora
em que terminou o julgamento de Jesus!
A noite nos tempos do Antigo Testamento estava dividido em três
vigílias, de 4 horas cada. A primeira, das 6 à 10; a da meia-noite, das 10 às 2
da manhã; a da manhã, das 2 às 6 da manhã (Lm 2. 19; Jz 7. 19; Êx 14. 24). No Novo
Testamento, a noite tinha 4 vigílias, de 3 horas cada, conforme o sistema dos
romanos. A primeira chamava-se tarde e ia das 6 à 9; a segunda chamava-se
meia-noite, das 9 às 12; a terceira, cantar do galo, das 12 às 3 da madrugada;
a quarta, manhã, das 3 às 6 da manhã (Mc 6. 48; 13. 35; Lc 12. 38):
Nosso sistema sexagesimal de horas divididas em 60 minutos, e
estes em 60 segundos, vêm dos sumérios. Não era seguido entre os israelitas.
b) A semana. Em hebraico o termo traduzido “semana”
significa simplesmente sete, sem indicar dias ou anos. Nossa palavra semana vem
do latim “septímana” que literalmente significa setenário, isto é, que contém
sete. Os dias da semana entre os hebreus não tinham nomes e sim números, exceto
o sexto que se chamava parasceve
(Lc 23. 54), e o sétimo que se chamava (em hebraico “shabbath” = cessação, descanso).
c) Os meses.
Eram lunares, devido à observação das fases da lua. Tinham 29 a 30 dias
alternadamente. Antes do cativeiro babilônico, os meses eram designados por números,
exceto o primeiro que se chamava Abibe (espiga de trigo). Após o retorno do exílio
passou a chamar-se Nisã (palavra assíria para princípio, abertura) Êx 12. 2; 13. 4. Após o cativeiro, todos os meses
passaram a ter nomes de origem babilônica e Cananéia.
MÊS
|
NOME
|
APROXIMADAMENTE ATUAL
|
1º
|
Abibe ou
Nisã
|
Abril
|
2º
|
Zife ou
Iiar
|
Maio
|
3º
|
Sivã
|
Junho
|
4º
|
Ramuz
|
Julho
|
5º
|
Abe
|
Agosto
|
6º
|
Elul
|
Setembro
|
7º
|
Etanim
ou Tisri
|
Outubro
|
8º
|
Bul ou
Marquesvã
|
Novembro
|
9º
|
Quisleu
|
Dezembro
|
10º
|
Tebete
|
Janeiro
|
11º
|
Sebate
|
Fevereiro
|
12º
|
Adar
|
Março
|
Sendo o ano lunar, retrocedia em dias, causando desencontro
nas estações agrícolas, estas, causadas pelo ciclo solar. Para harmonizar isto,
cada três anos intercalava-se um mês adicional chamado Ve-Adar (isto é, segundo
Adar), ficando esse ano com 13 meses. Isto forçou os israelitas a adotarem o
ano do ciclo solar.
d) Os anos. Tinham 12 meses de 29 e 30 dias
alternadamente, perfazendo 354 dias. Os judeus tinham dois diferentes anos: o
sagrado e o civil. O sagrado iniciava no mês de abibe, que corresponde ao fim
de março ou princípio de abril, na lua cheia, após o equinócio da primavera. O ano
civil iniciava no sétimo mês do ano sagrado (Tisri ou Etanim), correspondendo
ao final de setembro ou princípio de outubro. O início do ano civil era
comemorado com a Festa das Trombetas (Lv 23. 24, 25). Havia também o Ano Sabático
cada 7 anos, para descanso do solo; e o Ano do Jubileu, cada 49 anos, para
libertação humana em geral. Assim, Deus proveu o controle das riquezas e da
escravidão.
Fonte: Introdução ao Estudo da Bíblia –
Autoria de Antônio Gilberto
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