Até onde é certo o dito
popular: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”?
Por Paulo Pontes | Seara News
O abuso do poder e da
autoridade é um desvio
de comportamento, é um desvio de conduta moral e ética.
Mas, a Igreja é do Senhor Jesus! Ele, querendo a
edificação dela, concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas, outros para pastores, e outros para doutores e mestres (Efésios
4.11,12). E estes deveriam atuar conforme a orientação apostólica: “Servi uns aos outros, cada um
conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4.10).
Os grupos que se formaram na igreja, sejam da “direita”
ou da “esquerda” não conseguem mais definir, nem expressar, e muito menos viver
a essência da Igreja verdadeira. Politicamente, direita representa a
"situação", enquanto esquerda "oposição". E o povo, em que
posição está? O que pensa? O que espera?
O povo precisa e espera ser guiado por um líder, cuja
devoção a Deus seja uma característica notável da sua vida, mensagem, e
espiritualidade. Um líder que conheça bem o seu trabalho, e o que irá ensinar.
Não somente a doutrina bíblica, mas o esboço geral da fé cristã e as
experiências reais que serão vividas no dia a dia da jornada. Um líder, talvez
até de pouca experiência, mas com uma vida de consagração que envolva a própria
alma, que ouça e obedeça a voz do Senhor.
A orientação do Senhor para Josué, o novo líder
israelita, é que ele deveria ser forte e corajoso, que tivesse o cuidado de
obedecer à lei que Moisés ordenou, permanecendo na direção certa, sem se
desviar para a direita nem para a esquerda, para ser bem sucedido (Josué
1.7,8). Muito me preocupa o desvio à direita, pois a meu ver o Senhor o destaca
em primeiro, e em segundo à esquerda. Tanto um quanto o outro é perigoso. Mas,
desvio para a direita apresenta mais risco, mais perigo. Quem está à direita e
detém a autoridade deve saber que o impacto de suas decisões pode causar sérios
prejuízos, até mesmo destruir vidas, tanto individualmente como coletivamente.
O texto de Romanos 13.1 traz a seguinte instrução: “Toda alma esteja sujeita às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as
autoridades que existem foram ordenadas por Deus”.
Não podemos ir além do conceito bíblico de submissão
ensinado no Novo Testamento, como também não podemos negar o conceito de
autoridade orientado pela Palavra de Deus.
Quando a Bíblia diz de autoridades superiores, está
sugerindo que existem níveis legítimos de autoridade aos quais devemos nos
submeter. Existem ocasiões em que a autoridade superior (divina) e a inferior
(humana) entram em conflito, e nesse tempo, como liderados nossa escolha deve
ser obedecer a autoridade superior, isto é, Deus, e não às autoridades
religiosas (Atos 5.29).
As Escrituras Sagradas mencionam sete níveis de
autoridade, porém, três não foram concedidos aos homens, são reservados
exclusivamente e somente para Deus: Autoridade Soberana, Autoridade Verídica, e
Autoridade da Consciência. E mesmo assim, muitos líderes religiosos e
políticos, e muitos cientistas indevidamente se apropriam de títulos de
autoridade e posições que pertencem unicamente ao Senhor nosso Deus.
Ao que parece os homens não estão
satisfeitos com os quatro níveis de autoridade que foram reservados à
humanidade, conforme as Escrituras.
Os níveis de autoridade dados ao homem se forem usados de
forma adequada resultarão em justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Esses
níveis de autoridade são: Autoridade Delegada, Autoridade Estipulada,
Autoridade dos Costumes ou da Tradição, e Autoridade Fundamental.
O apóstolo Paulo enfatiza que a função principal da
autoridade, intrinsecamente ligada aos dons ministeriais, em conjunto visa o
aperfeiçoamento dos santos para que entrem em ação desempenhando cada um o seu
papel para a edificação do corpo de Cristo. São as instruções do apóstolo em
Efésios 4.11,12, quando cita os cinco dons ministeriais de liderança em relação
à nossa submissão.
Em Hebreus 13.17, lemos: “Obedecei aos que têm o governo
sobre vós e submetei-vos a eles, porque velam pelas vossas almas…”. Mas não significa que os líderes
espirituais devem agir ou reinar como ditadores, impondo sua vontade aos
liderados. Uma vez que o ministério pastoral não é a mesma coisa que ‘governo’, a partir de João 10.11 que diz que o pastor
é aquele que cuida, se importa e ama, podemos interpretar Hb 13.17 da seguinte
forma: “Sigam os que exercem a
liderança pastoral, e submetam-se ao seu cuidado e alimentação espiritual, e
repreensão em amor, pois hão de prestar contas de vossas almas ao Supremo
Pastor”.
Também o apóstolo Pedro exorta à liderança da igreja: “Pastoreiem o rebanho de Deus
que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre
vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de
servir. Não ajam como dominadores dos que lhe foram confiados, mas como
exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, então,
receberão a imperecível coroa de glória” (1
Pedro 5.2-4).
O líder deve reconhecer os limites da autoridade que lhe
foi outorgada, e nunca ir além da sua responsabilidade. O liderado, por sua
vez, reconhece e se submete a essa liderança. E essa submissão baseada em amor
fraternal resulta em respeito mútuo e recíproco, quando a autoridade é exercida
e administrada de modo adequado, dentro dos limites das Sagradas Escrituras.
Que Deus nos abençoe!
Pr. Paulo Pontes
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