Pastor é um ser com coração misericordioso, cheio
de graça, que trata as pessoas com bondade, mansidão e amor; e que se importa
com elas, não julgando jamais que qualquer “coisa” valha mais que uma única
vida humana. Pastor é um ser que busca, que vai atrás, que cuida, que sara e
que corre riscos pela ovelha; mesmo que seja para tirá-la da boca do lobo.
Pastor é um ser que quer dar, não tirar; que enxerga os demais como gente
para ser ajudada, não explorada; e que está sempre aberto para ver e buscar o
melhor nos outros. Isso é ser um pastor! Ordenação humana nenhuma dá nada a
ninguém senão um “título”. Há milhares de “pastores” que jamais foram e
jamais serão pastores—eles não têm alma de pastor; foram apenas “ordenados”
pelos homens, mas não carregam o dom de Deus no coração. Se você é pastor,
seja pastor! Me ordenaram pastor quando eu tinha 34 anos. Na denominação que
faço parte o termo usado é o de ser consagrado ao ministério em vez de dizer
que alguém foi ordenado, mais utilizado nas igrejas históricas ou reformadas.
O termo de cara, já soa meio presunçoso e
descabido: ordenação. Alguns dão a alguém a ordem para ser alguém para Deus e
Seu povo? Leia a Bíblia e me diga quem foi ordenado para ser alguma coisa.
Saul foi “ungido”, e foi uma catástrofe ungida! Davi só foi ungido por Samuel
porque já havia sido ungido por Deus mesmo antes de ser “ungido”; e mesmo sem
saber! Os sacerdotes de Israel já nasciam sacerdotes—eram da tribo de Levi.
Quem “ordenou” os profetas? Eliseu foi indicado a Elias pelo próprio Deus! A
classe sacerdotal nunca participou numa única “ordenação” de profeta. Se você
quer ser um “sacerdote” da linhagem dos homens, então vá para um seminário,
forme-se e candidate-se à ordenação numa denominação que queira “ordená-lo”.
Se você quer servir a Deus, e somente a Deus, sirva-o com os dons que Ele deu
a você. Sabe por que muita está sofrendo? É somente porque acredita que esse
“título” tem valor. Não tem valor em si mesmo!
Veja o que está acontecendo na “igreja”. A coisa
virou um mercado de “títulos” que na maioria das vezes não correspondem a
nada, senão à vaidade dos titulados, de encher paredes. Tudo bobagem! Se você
estivesse falando de uma “profissão” e das competições no mercado secular, eu
diria: fique cheio de canudos! Da minha parte, desde cedo fiz a opção pessoal
de ser um “fazedor de tendas” e não me tornar um “funcionário/empregado da
igreja”. Alguns pastores já me disseram que se tivessem estudado mais, se
tivessem uma profissão sólida não estariam trabalhando em igreja. Dito isto,
gostaria de salientar que, não sou contra salário para pastores, pois em I
Cor. 9, Paulo deixa bem claro, que ele até aquele momento era um fazedor
de tendas (posteriormente deixou de ser), mas que digno é o obreiro do seu
salário.
Quantos que veem a igreja como uma grande empresa
onde o negócio é conseguir ali uma “boquinha”, em nome da história de “viver
pela fé”. Quantos hoje, cujo maior sonho é se tornar um pregador itinerante
famoso, com agenda cheia e cachês gordos, gravar CD/DVD e viver cantarolando
por aí, ou ainda dirigir uma grande igreja, sendo um pastor assalariado com
um bom salário e várias outras benesses. Isso sem contar os que abrem suas
próprias igrejas como se fossem abrir um bar na esquina, na esperança de
serem pastores titulares ou “donos de igrejas”. Agora eu digo, se você quer
apenas servir a Deus e ao próximo, continue trabalhando, ganhando seu
dinheirinho, sendo independente; e, com o coração sincero, servindo a Deus!
O ministério pastoral virou uma profissão
sacerdotal que serve aos antigos propósitos do velho sacerdotalismo dos
judeus do V. Testamento. Quem “ordenou” a Paulo? Ele mesmo disse que nunca
consultou carne e sangue—ou seja: os homens—a cerca disso! Sabe por que
estamos falando desse assunto? Apenas porque a noção de Corpo de Cristo
acabou no meio do povo cristão. Essa inflação de pastores, bispos, apóstolos
e primazes denuncia isto. Com toda honestidade digo-lhe o seguinte: Onde quer
que um genuíno dom de Deus se manifeste, homem nenhum poderá contê-lo! Por
isso, eu penso que a “igreja’ deveria parar de chamar isso de “ordenação”, e,
no máximo, passar a chamar “isso” de “confirmação”. E tem mais: isto para
quem quer e gosta.
Simplesmente creio demais na Graça de Deus, que
ordena a quem já ungiu; e quando o faz, homem nenhum pode segurar tal
realidade, muito menos impedi-la. Sei que o que estou dizendo soa mal para a
“categoria”. Mas é que creio muito mais na Palavra que nos interesses da
“categoria”. Eles querem um “sindicato”, eu quero o Corpo Vivo de Cristo,
onde cada parte coopera para o crescimento do Corpo, conforme os dons que
cada um recebeu segundo a Graça. Quem não gostar, brigue com Paulo, não
comigo. Mas se quiser brigar comigo, declare antes que não concorda com
Paulo—e com o espírito do N. Testamento. Quem sabe, sabe que é assim; o que
não têm é coragem de dizer que assim, de fato, é! Vamos servir a Deus por
Deus; não para ter reconhecimento dos homens!
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Postado
há 3 weeks ago por Juber
Donizete Gonçalves Pr. Juber Donizete
Fonte: http://juberdonizete.blogspot.com.br/
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