sábado, maio 14, 2016

MINISTÉRIO PASTORAL OU SINDICATO DOS PASTORES?





Pastor é um ser com coração misericordioso, cheio de graça, que trata as pessoas com bondade, mansidão e amor; e que se importa com elas, não julgando jamais que qualquer “coisa” valha mais que uma única vida humana. Pastor é um ser que busca, que vai atrás, que cuida, que sara e que corre riscos pela ovelha; mesmo que seja para tirá-la da boca do lobo. Pastor é um ser que quer dar, não tirar; que enxerga os demais como gente para ser ajudada, não explorada; e que está sempre aberto para ver e buscar o melhor nos outros. Isso é ser um pastor! Ordenação humana nenhuma dá nada a ninguém senão um “título”. Há milhares de “pastores” que jamais foram e jamais serão pastores—eles não têm alma de pastor; foram apenas “ordenados” pelos homens, mas não carregam o dom de Deus no coração. Se você é pastor, seja pastor! Me ordenaram pastor quando eu tinha 34 anos. Na denominação que faço parte o termo usado é o de ser consagrado ao ministério em vez de dizer que alguém foi ordenado, mais utilizado nas igrejas históricas ou reformadas.


O termo de cara, já soa meio presunçoso e descabido: ordenação. Alguns dão a alguém a ordem para ser alguém para Deus e Seu povo? Leia a Bíblia e me diga quem foi ordenado para ser alguma coisa. Saul foi “ungido”, e foi uma catástrofe ungida! Davi só foi ungido por Samuel porque já havia sido ungido por Deus mesmo antes de ser “ungido”; e mesmo sem saber! Os sacerdotes de Israel já nasciam sacerdotes—eram da tribo de Levi. Quem “ordenou” os profetas? Eliseu foi indicado a Elias pelo próprio Deus! A classe sacerdotal nunca participou numa única “ordenação” de profeta. Se você quer ser um “sacerdote” da linhagem dos homens, então vá para um seminário, forme-se e candidate-se à ordenação numa denominação que queira “ordená-lo”. Se você quer servir a Deus, e somente a Deus, sirva-o com os dons que Ele deu a você. Sabe por que muita está sofrendo? É somente porque acredita que esse “título” tem valor. Não tem valor em si mesmo!


Veja o que está acontecendo na “igreja”. A coisa virou um mercado de “títulos” que na maioria das vezes não correspondem a nada, senão à vaidade dos titulados, de encher paredes. Tudo bobagem! Se você estivesse falando de uma “profissão” e das competições no mercado secular, eu diria: fique cheio de canudos! Da minha parte, desde cedo fiz a opção pessoal de ser um “fazedor de tendas” e não me tornar um “funcionário/empregado da igreja”. Alguns pastores já me disseram que se tivessem estudado mais, se tivessem uma profissão sólida não estariam trabalhando em igreja. Dito isto, gostaria de salientar que, não sou contra salário para pastores, pois em I Cor. 9, Paulo deixa bem claro, que ele até aquele momento era um fazedor de tendas (posteriormente deixou de ser), mas que digno é o obreiro do seu salário.


Quantos que veem a igreja como uma grande empresa onde o negócio é conseguir ali uma “boquinha”, em nome da história de “viver pela fé”. Quantos hoje, cujo maior sonho é se tornar um pregador itinerante famoso, com agenda cheia e cachês gordos, gravar CD/DVD e viver cantarolando por aí, ou ainda dirigir uma grande igreja, sendo um pastor assalariado com um bom salário e várias outras benesses. Isso sem contar os que abrem suas próprias igrejas como se fossem abrir um bar na esquina, na esperança de serem pastores titulares ou “donos de igrejas”. Agora eu digo, se você quer apenas servir a Deus e ao próximo, continue trabalhando, ganhando seu dinheirinho, sendo independente; e, com o coração sincero, servindo a Deus!


O ministério pastoral virou uma profissão sacerdotal que serve aos antigos propósitos do velho sacerdotalismo dos judeus do V. Testamento. Quem “ordenou” a Paulo? Ele mesmo disse que nunca consultou carne e sangue—ou seja: os homens—a cerca disso! Sabe por que estamos falando desse assunto? Apenas porque a noção de Corpo de Cristo acabou no meio do povo cristão. Essa inflação de pastores, bispos, apóstolos e primazes denuncia isto. Com toda honestidade digo-lhe o seguinte: Onde quer que um genuíno dom de Deus se manifeste, homem nenhum poderá contê-lo! Por isso, eu penso que a “igreja’ deveria parar de chamar isso de “ordenação”, e, no máximo, passar a chamar “isso” de “confirmação”. E tem mais: isto para quem quer e gosta.


Simplesmente creio demais na Graça de Deus, que ordena a quem já ungiu; e quando o faz, homem nenhum pode segurar tal realidade, muito menos impedi-la. Sei que o que estou dizendo soa mal para a “categoria”. Mas é que creio muito mais na Palavra que nos interesses da “categoria”. Eles querem um “sindicato”, eu quero o Corpo Vivo de Cristo, onde cada parte coopera para o crescimento do Corpo, conforme os dons que cada um recebeu segundo a Graça. Quem não gostar, brigue com Paulo, não comigo. Mas se quiser brigar comigo, declare antes que não concorda com Paulo—e com o espírito do N. Testamento. Quem sabe, sabe que é assim; o que não têm é coragem de dizer que assim, de fato, é! Vamos servir a Deus por Deus; não para ter reconhecimento dos homens!  


Postado há 3 weeks ago por Juber Donizete Gonçalves Pr. Juber Donizete
Fonte:  http://juberdonizete.blogspot.com.br/

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