TERRACOTA? GRÉS? OU PORCELANA?
VAI DEPENDER DO GRAU DE FOGO QUE VOCÊ AGUENTAR!!!
Jeremias 18.
A arte da cerâmica manifesta-se na
cultura dos povos desde a mais remota Antiguidade. O estudo das técnicas de
fabricação e decoração dos objetos de cerâmica é tido como o
"alfabeto" de arqueólogos e historiadores, pois fornece base segura
para a reconstrução de muitos aspectos da vida de antigas civilizações.
A cerâmica consiste na fabricação de
objetos, tanto utilitários quanto artísticos, modelados em uma pasta composta
de argila e de materiais purificadores. A argila é um material plástico,
facilmente moldável, que se solidifica sob a ação do calor. Sua composição, que
varia de acordo com os locais de onde seja extraída, apresenta certos elementos
minerais que determinam a cor, a porosidade e dureza da peça, bem como a
temperatura a que pode ser submetida sem que sofra deformações.
Os objetos de cerâmica podem ser lustrados ou esmaltados e dividem-se em
três grupos diferentes de produtos - terracota, grés e porcelana -, segundo o grau de cozimento e a
composição química do material utilizado.
Tipos e técnicas
Dentro de cada grupo, e de acordo com a variação da temperatura,
obtém-se uma série de produtos diferenciáveis em consistência e aparência. À
temperatura de 800º a 1.100º C produz-se uma peça em geral avermelhada, porosa, dura ao tato. É a terracota, cerâmica que
parece ter substituído à primitiva, simplesmente cozida ao sol. A
variação de temperatura entre 1.100º e 1.300º C dá como resultado matéria mais
densa e sem porosidade, dura, lisa e elástica. De 1.300º a 1.500º C obtém-se
matéria ainda mais dura, e mais lisa, que pouco a pouco se torna vítrea, até se transformar em porcelana, que é
sempre translúcida. O grés é, em última análise, uma porcelana não
translúcida.
As porcelanas podem ser tenras ou
duras. Macias são as porcelanas artísticas, cozidas entre 1.200º e 1.350º C;
duras, as utilizadas para fins científicos, que requerem temperaturas entre 1.350º
e 1.500º C. Certos historiadores designam como cerâmica de pequeno fogo a
terracota; e de grande fogo, a porcelana.
As cerâmicas podem apresentar uma superfície vítrea, capaz de receber
decoração. Obtém-se tal aspecto vítreo pelo emprego de silicatos compostos, que
se liquefazem entre 600º e 1.500º C, aderindo fortemente ao material
subjacente. A temperatura em que se dá a liquefação não pode ser superior à que
foi necessária para o cozimento da peça, sob pena de vir esta a se arruinar.
Quanto ao aspecto e à qualidade da camada vítrea, dependerão do gosto e da
técnica utilizada: seu colorido resulta do emprego de tal ou qual óxido
metálico.
Não raro, a aplicação dessa camada
vítrea segue-se a um cozimento apenas provisório. O procedimento mais simples
de decoração é aquele em que a peça recebe uma só camada vítrea, sob ou sobre a
qual se acrescenta a decoração, pintada ou modelada. Quando a decoração é
aplicada sob a camada vítrea, as cores utilizadas endurecerão sob a ação do
calor. Quando, pelo contrário, são empregados sobre a camada, os procedimentos
comuns é o esmalte, que os chineses levaram à perfeição. Quanto à maiólica,
lança mão de motivos decorativos aplicados por pincel sobre uma camada vítrea à
base de óxido de estanho.
Quando os produtos se resfriam, uma tensão se estabelece entre a
cerâmica propriamente dita e a camada vítrea, produzindo-se às vezes rachaduras
nessa camada. Tais rachaduras podem ser evitadas, mas se convenientemente
realizadas constituem um dos maiores encantos da arte da cerâmica.
Os achados mais antigos provêm de jazidas neolíticas na Anatólia,
Palestina, Mesopotâmia e Tessália. Por volta de 6000 a.C., começou-se a
fabricar, no Oriente e na Europa, vasos de talhe grosseiro, feitos à mão e sem
elementos decorativos. Na última fase do neolítico, quando na maioria das
sociedades ocorreram rápidos progressos técnicos que prenunciavam uma vida
urbana mais complexa, chegou-se a elaborar cerâmica de qualidade excepcional.
Exemplo clássico são os produtos de Badari (por volta de 3700 a.C.), no Egito,
de perfis afinados e bem polidos, que obedecem a uma técnica nunca mais
igualada no vale do Nilo.
China
A cerâmica chinesa foi a que
mais cedo adquiriu autonomia expressiva e a que mais influenciou a ocidental. A
existência de argilas naturais de grés e caulim, e o aperfeiçoamento de fornos
para cocção a alta temperatura, possibilitaram a fabricação de grés e
porcelanas muitos séculos antes da Europa, onde a cerâmica chinesa seria
grandemente apreciada e imitada.
Fonte: http://www.netceramics.com/
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