GRUPOS LGBT
REPENSANDO ESTRATÉGIAS DEPOIS DE DERROTAS INTERNACIONAIS
Dr. Stefano Gennarini
NOVA IORQUE, EUA, de março (C-FAM) Grupos que
trabalham para normalizar a homossexualidade no mundo todo estão se perguntando
o que devem fazer em face da crescente oposição a seus esforços.
Nigéria, Uganda e Índia estão entre os países que
recentemente repeliram campanhas de grupos homossexuais em seus territórios, se
queixaram ativistas na semana passada num evento chamado “Liberdades Básicas
num Mundo Homofóbico.” Uns 80 países criminalizam a sodomia ou atos sexuais de
mesmo sexo.
Mas grupos lésbicos, gays, bissexuais e
transgêneros (LGBT) estão menos preocupados com as leis de sodomia que em
grande parte não são implementadas que limitam as atividades dos grupos LGBT. O
espaço para discussão está sendo “fechado,” avisou Bruce Knotts da Secretaria
Universalista Unitarista da ONU. Os universalistas co-patrocinaram o evento do
Centro de Igreja da ONU com uma coalizão de organizações.
Leis que proíbem mirar menores de idade com
informações sobre o estilo de vida homossexual ou igualá-lo à conduta sexual
“tradicional” estão varrendo a Europa Oriental. Essas leis, e as recentes leis
sobre homossexualidade na África, são comprovadamente mais sobre limitar as
atividades de grupos LGBTs ocidentais do que punir atos homossexuais, observou
Knotts.
Knotts, cujo grupo tem parceria com GLAAD para
abordar grupos religiosos, disse que as novas leis violam a liberdade religiosa
dos progressistas, acrescentando que com muita frequência a liberdade religiosa
é vista como uma questão “direitista.”
Esses grupos se preocupam com obstáculos à defesa
das causas LGBT. Sem discussão, não dá para mudar atitudes sobre sexualidade,
lamentaram os membros do painel.
Knotts observou que não há nada mais poderoso do
que figuras do entretenimento e esportes e outras celebridades se revelando a
favor de direitos LGBT. Ele prediz que haverá “mártires” que devem ser
“levantados” como David Kato, um ativista homossexual ugandense que se tornou
uma figura simbólica depois de seu assassinato, embora um prostituto acabasse
confessado que havia assassinado Kato depois que Kato se recusou a pagar por
sexo.
As atitudes islâmicas para com o sexo e vida
familiar são outro obstáculo devastador para os direitos LGBT
internacionalmente. Mas os ativistas não desistiram dos muçulmanos. Hossein
Alizadeh, membro do painel e representante de um grupo LGBT no Oriente Médio e
Norte da África, pareceu otimista.
Não fale sobre autonomia sexual ou direitos
humanos, fique sabendo. Ambos estão associados com a decadência ocidental e
estão muito politizados. O ponto de partida da conversa deveria ser justiça e
um debate construído dentro da cultura, não imposto de fora.
O islamismo é a “peça central da identidade” para
os muçulmanos, e a questão é como reconciliar a fé com a homossexualidade,
disse Alizadeh. Ele descreveu seus esforços bem-sucedidos para persuadir a BBC
e a Voz da América, que transmitem no Irã, a adotar normas preparadas por sua
organização sobre como falar sobre questões LGBT, e apontou para um recente
vídeo musical com tema lésbico da cantora popular iraniana Googoosh.
Mas a questão mais urgente que os promotores LGBT
estão perguntando é: o que os governos ocidentais podem fazer?
A comunidade global, por meio da ONU, tem
permanecido em grande parte em silêncio sobre as questões LGBT, só condenando a
violência contra os indivíduos que se identificam como LGBT. Poucos países
querem mudar de posição nas atitudes tradicionais com relação à sexualidade.
Alguns argumentam que a defesa notória que Obama
faz dos direitos LGBT tem trazido consequências, e uma abordagem mais sútil é
necessária. Outros insistem em que a pressão externa é o único caminho a ir. A
Dinamarca e a Noruega cortaram assistência governamental para Uganda por causa
da lei anti-homossexualidade recentemente aprovada. E o Banco Mundial adiou uma
verba de 90 milhões de dólares para Uganda depois que seu presidente sancionou
uma lei contra a conduta homossexual.
Os membros do painel no Centro de Igreja pareciam
recorrer ao uso das leis de asilo para tirar promotores LGBT de países hostis
quando seus esforços falham.
Tradução: Julio Severo
Fonte: Friday Fax
Divulgação: www.juliosevero.com
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