sexta-feira, novembro 18, 2011

MULHERES NO MINISTÉRIO NO MOVIMENTO PENTECOSTAL




Os papéis da mulher no Movimento Pentecostal, no exterior e no Brasil, têm sido vários e de grande importância, em que pese à complexidade e as contradições que envolvem o tema.

A Participação Feminina no Movimento Pentecostal no Exterior

Houve mulheres líderes do Movimento Pentecostal nos EUA. Carrie Judd Montgomery foi evangelista de cura divina de considerável prestígio, desde 1879. Ela foi membro-fundadora, junto com A. B. Simpson, da Christian and Missionary Alliance, em 1887. Mais tarde, ela ingressou no Avivamento Pentecostal e foi ordenada pastora pelas Assembléias de Deus, em 1917, continuando no Ministério até 1946. Maria B. Woodworth-Etter foi também envolvida no Movimento da Santidade, antes de ela destacar-se como uma líder Pentecostal. Em 1884, ela foi autorizada a pregar pela Convenção Geral das Igrejas de Deus, fundada por John Winebrenner, em 1825. Dentro de poucos meses, seus cultos começaram a receber a cobertura da imprensa nacional. Por volta de 1880, ela havia aberto 12 igrejas, alcançado mil membros, construído seis templos, iniciado várias Escolas dominicais, e foi fundamental no surgimento de doze novos pregadores. Os Avivamentos por ela eram acompanhados de manifestações incomuns do poder de Deus, muitas curas e convenções em massa. Durante o início do Movimento Pentecostal nos EUA, Woodworth-Etter entrou em contínuo movimento, tornando-se uma oradora oficial do Acampamento Pentecostal Internacional de Arroyo Seco, Califórnia, em abril de 1903. Ela fundou o Woosworth-Etter Tabernacle, a Oeste de Indianápolis, em 1918, e o pastoreou até sua morte em 1924,

Outras pioneiras do Movimento Pentecostal nos Estados Unidos incluem: Florence L. Crawford, Mabel Smith, Ivey Campbel, Rachel A. Sizelove, Mrs. Scott Ladd, as Duncan sisters, “Mother” Barnes, Marie Burgess e Miss Maud Williams.

No Canadá, foram líderes do Movimento Pentecostal: Ella M. Goff, Ellen Hebden, Alice B. Garrigus, Davis sisters, Mrs. C. E. Baker, Zelma Argue, Aimee Semple McPherson, que começou seu ministério em Toronto, em 1915, e fundou o Angelus Temple, em Los Angelles, em 1923, sendo a pastora até sua morte, em 1944.

Kathryn Kuhlman destacou-se pelo seu ministério de cura divina, começando em 1923, e exercendo o papel de liderança nessa área até sua morte, em 1976.

Nos EUA, algumas mulheres têm atuado como pastoras nos anos 60 e 70: Charlotte Baker, Myrtle D. Beall, Helen Beard, Aimee Cortese, Sue Curran, B. Maureen Gaglardi, Anne Giminez, Ione Glaeser, Hattie Hammond, Alpla A. Henson, Marilyn Hickey, Violet Kitely, Janet Kreis, Freda Lindsay, Fuchsia T. Pickett, Iverna Tompkins e Rachel Titus. Outras têm tido papel fundamental para o Pentecostalismo como preletoras, escritoras e evangelistas: Eleonor and Roberta Armstrong, Rita Bennett, Edith Blumhofer, Hazel Bonawitz, Roxanne Brant, Mary Ann Briwn, Shirley Carpenter, Jean Darnall, Josephine Massynberde Ford, Katie Fortune, Shirlee Green, Nina Harris, sue Malachuk, Daisy Osborn, Gloria Copelard, Dorothy Ranaghan, Agnes Sanford, Gwen Shaw, Bernice Smith, Tuth Carter Stapleton, Jean Stone, Joni Eareckson Tada e Corrie Tem Boom.


A PARTICIPAÇÃO FEMININA NO MOVIMENTO PENTECOSTAL BRASILEIRO

Nas Assembleias de Deus


Desde a sua fundação, as mulheres estão presentes nas Igrejas assembleias de Deus, atuando nos trabalhos de oração, evangelização, uso dos dons espirituais [profecias, curas e outros], pregação, ensino bíblico [principalmente na Escola Dominical], música e louvor, missões, obra social, união feminina, e até mesmo como dirigente de Igreja.

Dos 20 crentes batistas que creram na mensagem Pentecostal pregada por Gunnar Vingren e Daniel Berg, e saíram da Igreja Batista de Belém, em junho de 1911, para fundar a Assembleia de Deus, 11 eram mulheres, ou seja, 55% do grupo. A primeira pessoa a receber o batismo no Espírito Santo era mulher, Celina Martins Albuquerque, e a segunda, também Mulher, Maria de Jesus Nazaré. Eram mulheres grandemente usadas por Deus na oração e tinham o dom da profecia. O fervor espiritual delas foi registrado por Gunnar Vingren em seu livro Diário do Pioneiro. Maria de Nazaré foi uma verdadeira evangelista. Em 1914, ela seguiu para a Serra de Uruburetama, no interior do Ceará, a fim de pregar a fé pentecostal para seus parentes. Apesar da rejeição por parte dos familiares, conseguiu os primeiros convertidos à fé pentecostal que deram início às Assembleia de Deus no Estado Cearense.

Lina Nyström, esposa de Samuel Nyström, em 1919, ficou responsável pela nova AD de Manaus (AM) durante quatro meses e meio, na ausência de seu esposo, que retornara ao trabalho, nas Ilhas do Pará, em substituição a Daniel Berg.

No Rio de Janeiro, a partir de 1923, várias mulheres se destacaram na florescente Assembleia de Deus: Florinda Brito; sua filha, Zélia Brito; Antonieta de Faria Miranda; Maria Miranda; Amélia Monteiro; Rosa Rodrigues; e Emília Costa.

Zélia Brito dedicou-se intensamente à evangelização do subúrbio do Rio de Janeiro, ao lado de vários crentes, em especial, Paulo Leivas Macalão, que, mais tarde, viria a ser seu esposo. Emília Costa era bastante ativa na evangelização, ganhando muitas pessoas para Cristo, ela realizava cultos nas cadeias da cidade. Por volta de 1925, Gunnar Vingren a separou como Diaconisa, no mesmo dia em que separou Palatino dos Santos como Diácono.

No Nordeste, por volta de 1926, uma mulher, Joaquina de Souza Carvalho, tornou-se pregadora da mensagem Pentecostal em Canavieira, no Sul da Bahia, e com seu trabalho, deu-se início às Assembleias de Deus baianas.

Contando de 1910 a 1930, já estavam em ação 12 missionárias esposas de missionários suecos e seis missionárias suecas solteiras. Quase todas, tanto as solteiras como as casadas, antes de chegarem ao Brasil, haviam sido Ordenadas Evangelistas, na Suécia e tinham experiências nessa área, além de várias delas serem bastante talentosas, como Frida Vingren.

Com o apoio do marido, Gunnar Vingren, era Frida quem, na prática, dirigia O Som Alegre. Além do que, ela fora a primeira mulher Missionária a ser enviada pela Igreja Filadélfia de Estocolmo para o Brasil. Ela chegou solteira, em 1917, na cidade de Belém [PA]. A lavra da missionária Frida foi uma das mais profícuas da História das Assembleias de Deus. Ela é autora de Hinos da Harpa Cristã e foi à única mulher a escrever comentários da Revista de Escola Dominial Lições Bíblica.  Foi também uma colaboradora ativa no Mensageiro da Paz, em seus primeiros anos, com artigos e poesias edificantes. Mesmo aqueles que criticavam sua forte presença no Jornal [seu marido a incentivava, não por nepotismo, mas por Frida ser notoriamente talentosa] eram unânimes em reconhecer que ela era vocacionada para aquele trabalho e uma das mais bem preparadas missionárias evangélicas que já pisaram em solo brasileiro.

Sabe-se que Frida Vingren também se destacava muito na obra pela sua atuação em várias outras áreas. Ela era extremamente atuante quando Gunnar Vingren não podia dirigir os cultos na AD de São Cristóvão, devido às suas muitas enfermidades, quem os dirigia era sua esposa. Os cultos ao Ar Livre no Rio de Janeiro, promovidos no Largo da Lapa, na Praça da Bandeira, na Praça Onze e na Estação Central, eram dirigidos por Frida. Era costume também que ela ministrasse Estudos Bíblicos.

Outas missionárias também tinham seu campo de atuação, como, por exemplo: Signe Carlson, na parte social; Elizabeth Nordlund, na parte musical, e Anna Carlsson, Augusta Andersson, Elizabeth Johansson, Ester Andersson, Ingred Andersson e Beda Palm, todas atuantes na evangelização e no trabalho social.

O trabalho feminino nas Assembléias de Deus acabou sendo um dos principais temas da Primeira convenção Geral das Assembléias de Deus, realizada na AD de Natal [RN], em setembro de 1930. A missionária Frida Vingren esposa de Gunnar Vingren, e Beda Palm, solteira, fizeram-se presente a esse primeiro encontro Convencional.

É provável que a presença de Frida na reunião convencional de 1930 estivesse ligada principalmente ao destino dos Jornais Boa Semente e O Som Alegre. Era ela quem, na prática, dirigia O Som Alegre, portanto uma interessada direta na decisão.

Além disso, Gunnar Vingren era fervoroso defensor do ministério da mulher na Igreja. Havia separado, na AD do Rio de Janeiro, Emília Costa, a primeira Diaconisa das Assembléias de Deus no Brasil, o que, na época, criou certa polêmica entre os líderes assembleianos.

Estaria, então, a presença de Frida naquela Convenção ligada também a esse tema? Não se sabe. Porém, uma coisa parece cerca: Gunnar Vingren defendeu o ministério da mulher na Convenção de 1930, enquanto Samuel Nyström, por sua vez, se opôs à proposta.

O Pastor Lewi Pethrus relatou que, “Em razão de haver diferentes opiniões sobre o trabalho da mulher na Igreja, a Conferência [Convenção de 1930] também tratou desse assunto”. Havia divergência de opiniões entre os Convencionais, e os principais líderes das Assembléias de Deus, Gunnar Vingren e Samuel Nyström, tinham opiniões diferentes sobre o assunto já havia muito tempo.

Em sua agenda, Vingren registrou, em 27 de Setembro de 1929, que recebera “uma carta dura de Samuel Nyström” contrária à sua posição favorável ao ministério da mulher, e por isso, no mesmo dia, no culto à noite, resolveu realçar sua posição, ensinando em são Cristóvão “concernente aos dons espirituais e ao direito de a mulher falar na Igreja”. O Pioneiro também respondeu à Carta de Nyström posteriormente, sustentando sua posição. Então, Nyström decidiu ir ao Rio de Janeiro, para conversar pessoalmente com o líder da Igreja no Brasil. No dia 04 de novembro de 1929, Vingren escreveu sobre esse encontro:

Samuel Nyström chegou do Pará. Não se humilhou. Sustenta que a mulher não pode pregar nem ensinar, só testificar. Disse mais que, provavelmente vai embora do Brasil.

No dia seguinte, Samuel viajou para São Paulo, para se encontrar com Daniel Berg, e de lá para Santos, para ter com Simon Lundgren. Sua idéia era conquistar a adesão de Berg e Lundgren, para pressionar Vingren a mudar de idéia. Assim, em 13 de novembro de 1929, Nyström visitou o líder para mais uma conversa, dessa vez acompanhado de Lundgren e Berg. Depois desse segundo encontro a divergência chegou ao clímax escreveu Vingren em sua agenda:

Chegaram Samuel, Simon e Daniel. Samuel não se humilhou. Separamo-nos em paz, mas para não trabalhar mais juntos, nem com Jornal ou nas Escolas Bíblicas, até o Senhor nos unir. Simon disse que ficava de fora, e Daniel tinha convidado Samuel a trabalhar em São Paulo. Assim, disse para ele: “Estamos separados”.

Apesar dessa decisão, Vingren continuou a se encontrar com Samuel em estudos Bíblicos e, como já foi afirmado, trabalharam juntos à frente do Mensageiro da Paz.

Antes da Convenção Geral, em 26 de março de 1930, Vingren voltaria a se encontrar com Samuel, para tentar resolver a questão, mas ambos mantiveram-se irredutíveis.

Samuel Nyström chegou do Pará. Está indo para São Paulo. Ele não tem mudado a opinião concernente à mulher. Disse que não é bíblico a mulher pregar, ensinar e doutrinar.

Em uma carta posterior de Vingren a Nyström, registrada em Diário do Pioneiro e datada de 1º de abril de 1930, portanto cinco meses antes da primeira Convenção Geral, ele tentou convencer Nyström de que a necessidade premente de mais Obreiros para a Obra do Brasil deveria leva-los a aproveitar melhor as mulheres dando-lhes maiores responsabilidades e liberdade de atuação.

Deus é testemunha de que o meu único desejo é que o Espírito Santo possa ter o seu caminho, o seu próprio caminho neste País, e que esta gloriosa Obra divina possa continuar na mesma forma que começou. Não posso deixar de apresentar a minha convicção de que o Senhor chamou e ainda está chamando homens e mulheres para o serviço do Evangelho, para ganhar almas e testemunhar do Seu amor. Sei que todos nós, juntos no céu, nos alegraremos um dia pelas almas que ganhamos para Jesus durante a nossa vida.

Eu mesmo fui salvo por uma irmã Evangelista que veio visitar e realizar cultos na povoação de Björka Smaland, Suécia, há quase trinta anos. Depois veio uma irmã dos Estados Unidos e me instruiu sobre o Batismo no Espírito Santo também quem orou por mim para que eu recebesse a promessa foram irmãs. Eu creio que Deus quer fazer uma Obra maravilhosa neste País. Porém, com o nosso modo de agir, podemos impedi-la. Para não impedi-la, devemos dar plena liberdade ao Espírito Santo para operar como Ele quiser.

Apesar das divergências, Nyström e Vingren mantiveram-se trabalhando junto o tempo todo. Nos primeiros anos da Obra no Brasil, Nyström trabalhou, por muito tempo, ao lado de Vingren em Belém, e enquanto este veio ao Rio, não demorou muito para que Samuel viesse à Capital do País, para ajudá-lo no trabalho em São Paulo, atendendo ao convite de Daniel Berg, quando Vingren o chamou para o Rio. Trabalharam juntos entre os cariocas até Vingren partir para a Suécia, onde morreu.

No Livro Despertamento apostólico no Brasil [CPAD], pode-se ler sobre Nyström, em um de seus relatos missionários, contando uma experiência interessante. Ele diz que quando Gunnar teve que viajar para o Rio de Janeiro, em 1920, ele e Frida Vingren dirigiram juntos a Assembleia de Deus de Belém [PA]. Sobre esse período, o missionário afirma: “A irmã Frida Vingren e eu trabalhávamos em colaboração. Muitos foram salvos e batizados nas águas e Jesus continuava batizando no Espírito Santo”. O fato de Nyström ter uma posição definida sobre o assunto não o impediu de trabalhar com uma mulher à frente da Obra, quando se fez necessário. Por outro lado, ele também não mudou sua opinião. Ele entendia que aquilo se tratava de algo excepcional.

Antes de Gunnar Vingren voltar à Suécia, em 1932 (viria a morrer no ano seguinte), o pioneiro sueco empossou Nyström como novo líder da Igreja que pastoreava na capital federal, a principal do País, contando com cerca de dois mil membros. No culto de despedida, impôs as mãos sobre Samuel, que, de joelhos, recebeu a oração de Gunnar Vingren, pedindo que Deus o usasse poderosamente à frente da AD do Rio de Janeiro.

Quando Vingren morreu, a Carta redigida por Samuel Nyström aos crentes em todo o Brasil, falando sobre o falecimento de Vingren, ficou registradado na História do Movimento Pentecostal como um belo depoimento do reconhecimento de Nyström ao companheiro Gunnar Vingren. A publicação é da 1ª quinzena de agosto de 1933 do MP:

Por Carta vinda da Suécia, a irmã Frida Vingren comunica-nos que passou para o Senhor, no dia 28 de junho desde, seu Esposo e nosso companheiro e irmão na fé, o Missionário Gunnar Vingren. Depois de ter sofrido alguns meses, atacado por uma enfermidade que começara a manifestar-se enquanto ele ainda esteve entre nós. O Senhor o chamou para o lugar onde não há sofrimento. [...] O nosso irmão foi sempre um servo dedicado e incansável. O que lhe faltava em vigor físico ele o possuía em zelo pelas coisas de Deus.

Ele amava ao Senhor e amava também aos seus irmãos. Por isso, deixou muitos amigos e muitas saudades entre os que conviveram com ele. Se alguma vez, cheio de zelo pela causa de Deus, feria de certo modo os sentimentos de alguém, logo estava pronto para consolar e apaziguar o melindrado.

Agora que ele terminou a sua carreira, firme na fé e alegre no Senhor, lhe está reservado à coroa da justiça. [...]. O nosso saudoso irmão deixou esposa, a irmã Frida Vingren, e cinco filhos: Ivar, Rubem, Margit, Astrid e Bertil. Que o Senhor console a nossa querida irmã e seus filhos, com os quais sentimos a grande perca, ao mesmo tempo, porém, que nos confortamos pela vida triunfante que teve o nosso saudoso irmão.
Samuel Nyström
Naquela Convenção Geral, em setembro de 1930, ao final dos debates sobre o assunto em que Frida participou ativamente das sessões, foi homologada a seguinte declaração sobre o Ministério da Mulher, registrada em Diário do Pioneiro:

As irmãs têm todo o direito de participar na Obra Evangélica, testificando de Jesus e a sua salvação, e também ensinando quando for necessário. Mas não se considera justo que uma Irmã tenha a função de Pastor de uma Igreja ou de ensinadora, salvo em casos excepcionais mencionados em Mateus 12. 3 – 8 [uma referência ao princípio do estado de necessidade]. Isso deve acontecer somente quando não existam [isto é, existirem] na Igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar.

Anos depois, o Ministério Feminino seria mais uma vez discutido em assembleias convencionais. Na Convenção Geral de 1983, ele foi rejeitado por unanimidade. [qual o problema hein?!]. [grifo meu]. Na Convenção Geral de 2001, em Brasília, o tema seria mais uma vez levantado. Na ocasião, os convencionais, por esmagadora maioria, rejeitaram a Ordenação de Mulheres. [qual problema hein?!]. [grifo meu].

Nas convenções Gerais que se sucederam à de 1930, acabou tornando-se comum que as esposas dos Missionários e mesmo de alguns Obreiros Nacionais, participassem da audiência dos estudos bíblicos das convenções sempre ministradas pelos Seus Maridos. Porém, as discussões convencionais propriamente ditas sempre foram reservadas apenas aos Obreiros [homens]. Vale dizer, que mulher também é Obreiro (a). [Obreiro (a) é aquele que faze a obra.] [grifo meu]. Com o passar do tempo, as mulheres passaram a tomar parte, durante as convenções, apenas nos cultos públicos à noite, até que, nos anos 90, seria criada a União Nacional de Esposas de Ministros das assembleias de Deus [UNEMAD], que se reúne paralelamente às convenções gerais.

As assembleias de Deus continuaram, da década de 30 em diante, a receber a fundamental colaboração de centenas de mulheres, entre elas: Matilde Brusaca [brasileira, dirigiu a igreja de Tucuruí – PA, durante 10 anos, antes da chegada do primeiro pastor]; Florência Silva Pereira [brasileira, dirigiu um Campo com seis igrejas em Sergipe]; Lydia Nelson [brasileira, musicista e Obra Social]; Albertina Bezerra Barreto [brasileira, fundadora do Círculo de Oração, na AD de Recife, PE, em 1942]; Gudrun Ling [Missionária, Obra Social]; Cacilda Brito [brasileira, Literatura e Ensino]; Nair Barata Soares [brasileira, Literatura e Ensino]; Elsie Strahl [Missionária, Imprensa e Ensino Teológico]; Eufrosyne Kastberg [Missionária, e musicista]; Mary Taranger [Missionária e Obra Social]; Ruth Dorris Lemos [Missionária, Musicista e Ensino Teológico]; Alice Olson [Missionária e Musicista] (foi minha professora de música no IBP); Berta Olson [Missionária e Ensino Teológico]; Albertina Lima Malafaia [brasileira, Literatura e Ensino]; (foi minha professora de Didática); Helena Barata soares de Figueiredo [brasileira, Literatura e Ensino]; Wanda Freire Costa [brasileira, Liderança Feminina e Obra Social]; Antonieta Rosa Vieira [brasileira, Pregadora, Ensino, Literatura e direção de Igreja (atualmente, Pastora Consagrada pelo Ministério Vitória em Cristo - Pr. Silas Malafaia)]; e Lídia Fernandes da Silva [brasileira, Pregadora e Ensino].

Nas décadas de 80 e 90, várias igrejas passaram a Ordenar Diaconisas, em alguns casos, como em Roraima, na gestão do Pastor Fernando Grangeiro, várias delas tendo a responsabilidade de dirigir congregações.

 Fonte: Apostila: Mulher no Ministério?! Tá Brincando?
Pesquisa: §   Dicionário - O Movimento Pentecostal – CPAD.


Eu continuo perguntando, Por que será que os "homens" não querem as MULHERES no Ministério!?!?!?! Aí Têm!!! 

MINISTÉRIO PASTORAL FEMININO




Em primeiro plano, é de se observar que durante muitos anos, a Igreja rejeitou a possibilidade de se ter mulheres no Ministério Pastoral.

Com efeito, o Cristianismo, outrora influenciado pelo Judaísmo, rechaçava [repulsava] a participação de mulheres no Ministério.

Porém, há que se ressaltar que o Senhor Jesus Cristo valorizou repetidas vezes a participação das mulheres, ao ponto de aparecer primeiro para as mulheres, após ter ressurgido dentre os mortos, como se lê: “E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram”. (Mt 28.9).

Se Jesus Cristo não rejeitou as mulheres, seria correto a Igreja repudiá-las.

Todavia, em razão do Machismo e ignorância, imperantes na Igreja muitas pessoas rejeitam a integração de mulheres no Ministério, com a alegação de que Jesus não chamou mulheres para serem discípulas. Isso posto, dever-se-ia perguntar, ou seja:

Então, o que elas estão fazendo na Igreja?  - A Igreja não é lugar de discípulos?!

A.       O Que a Bíblia Ensina Sobre o Ministério Feminino?

Sendo certo, amados irmãos, que na Igreja não há distinção nem de raça, nem de condição social-econômica, nem de sexo, conforme se encontra consignado na carta do Apóstolo Paulo aos Gálatas, ou seja: “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são UM em Cristo Jesus.” (Gálatas 3. 28).


Nessa esteira, pode-se aferir que, à medida que o Cristianismo foi se soltando do etnocentrismo Judaico, outras resistências foram levadas ao chão, tais como: a religião de gentios na Igreja, a obrigatoriedade da circuncisão, o ministério exercido somente por Judeu e a oposição às mulheres.

Em consenso, a tardo passo a interpretação curta e apertada do Judaísmo foi sendo abandonada, como se pode conferir na 1ª epístola de Paulo aos Coríntios, como segue: “As Igrejas da Ásia vos saúdam. No Senhor, muitos vos saúdam Áquila e Priscila e, bem assim, a Igreja que está na casa deles” (I Co 16. 19).

Diante do revelado acima, conclui-se que Áquila e Priscila trabalhavam em pé de igualdade na Igreja que funcionava na casa deles. (Rm 16. 3 – 5).

Observa-se que, Priscila e Áquila receberam do apóstolo Paulo o mesmo título, qual se dá a Cooperador.

Somando a isso, é digno de nota que o Apóstolo Paulo em sua dogmática, preocupou-se em elucidar as razões de proibir que as mulheres da Igreja de Corinto falassem nos cultos.

Logicamente, essa regra foi específica às Igrejas de Corinto, que enfrentavam um grave problema com as prostitutas-cultuais.  

Com certeza, o apóstolo não poderia permitir que a Igreja de Corinto fosse confundida com as religiões afrodisíacas daquela época. Isso posto, reportamos a Geografia Bíblica que diz que, em Corinto, a prosperidade econômica se unia à vida licenciosa, de vez que seu principal templo era dedicado a Afrodite, (deusa do Amor) e nele se praticava a prostituição cultual. Corinto era considerada a cidade do prazer (conforme Luís Alonso Schökel). Sem embargo, o Apóstolo, fala em sua circular, fala às Igrejas de Corinto, e não podemos fazer dessa regra específica, uma regra geral.

Por maior razão, a regra não pode ser transmitida com base numa interpretação com base numa interpretação literal, haja vista a importância de nos atermos à interpretação teológica, buscando desnudar a intenção de Paulo em esboçar sobre tal regra Judaica, justo para com as Igrejas que se encontravam em Corinto, cidade essa, tomada pela sexualidade do culto.

Deus levantou Miriã como profetisa, Débora como Juíza, e Ana como profetisa (Lc 2. 36-38), Priscila como cooperadora, Trifena e Trifosa como diaconisas (I Co 16. 12). Em outro texto, vemos uma interpretação contraditória, de vez que, alguns tentam negar que João (chamado ancião) escreveu para uma anciã, a qual liderava a Igreja (2 João 1) fundada por João, embora no texto de João não apareça a palavra Grega Presbýtidas (presbíteras), que significa Presbítera, a qual foi usada por Paulo a Tito (Tt 2. 3). O Apóstolo João se utilizou de anciã eleita (do grego, Éklelte Kyría) que significa uma senhora escolhida para dirigir uma das Igrejas da Ásia Menor.  É um absurdo tentar dizer que a Igreja era chamada de anciã eleita, simplesmente, porque esse título não aparece sendo dado a Igreja em nenhum outro texto.

Em primeiro momento, deve-se considerar que o objetivo da carta foi orientar Tito na nomeação de anciãos em Creta (Tito 1. 5), nas cidades que fossem orientadas por Paulo.
Vê-se que Paulo, seguindo a tradição Judaica que valorizava a experiência dos mais velhos orientou a Tito que levantasse presbíteros.

Sendo assim, no capítulo 2 orienta quanto ao procedimento e paradigma dos presbíteros (Tt 2. 1, 2) e das presbíteras (Tt 2. 3, 4, 5).

Diz que as Presbíteras tinham que ter postura digna da religiosidade, não maldizentes, não dadas a muito vinho (não licenciosas, sóbrias) boas mestras (Kalodidas Kálous, do grego) capazes de ensinar as mais novas. De fato, alguns tradutores seguiram uma tradução cheia de vício, de vez que, para a Palavra Presbítero fizeram questão de dar um tom Ministerial, mas, para a palavra Presbítera um tom doméstico. Isto ocorreu por causa do forte preconceito machista em relação às mulheres.

No primeiro Século só os meninos eram educados para fins religiosos. Por isso, na Igreja Primitiva as mulheres não entendiam muito bem as Escrituras ensinadas; freqüentemente elas faziam perguntas em voz alta, em meio ao ensino, pedindo mais explicações. Paulo as exortava então a ouvirem em silêncio, na Igreja, deixando suas perguntas para fazê-las em casa (I Tm 2.11).


Fonte: Apostila: MULHER NO MINISTÉRIO? TÁ BRINCANDO!? - Maria Valda. Adquira.

MULHERES COMO PASTORAS.




CGADB NÃO ACEITA, MAS CONVENÇÕES REGIONAIS JÁ UNGEM MULHERES COMO PASTORAS.




Pastora Maria Valda Pregando na Assembléia de Deus em Belford Roxo

Enquanto muitas igrejas aceitam a ordenação feminina, denominações com a Assembleia de Deus do Belém e Igreja Universal não consagram mulheres como pastora, apenas missionárias ou obreiras. O assunto é polêmico e levanta um debate que já dura por décadas. Mas apesar disso, no Brasil temos muitas bispas pastoras e até mesmo uma apóstola como é o caso de Valnice Milhomens que foi ungida em 2001.


No time das mulheres pregadoras podemos ainda citar o nome da Bispa Sônia Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, a primeira mulher a ser ungida como bispa no Brasil, posto hoje ocupado por centenas de mulheres em diversas denominações.


Pastora Maria Valda Pregando.


Hoje algumas Assembleias de Deus até reconhecem a ordenação de mulheres, como é o caso da Assembleia de Deus Madureira que reconheceu a cantora Cassiane como pastora. Atitude que abriu caminho para que outras mulheres do ministério também recebessem o título.







Pastora, Maria Valda Pregando no Ministério Vitória em Cristo em Piabetá

Mas na Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB) esse assunto não entra em pauta, o presidente pastor José Wellington Bezerra da Costa e toda a diretoria da maior denominação evangélica do país não concorda com o tema e opta em não aceitar mulheres como pastoras em todas as suas igrejas, assunto já tratado na convenção geral de 2001.



Pastora, Maria Valda  Trazendo a Palavra  de Deus para a Ministração da Ceia - CENTENÁRIO

Por outro lado algumas convenções regionais já começam a aprovar o ministério pastoral das mulheres, tanto que a  Convenção das Assembleias de Deus do Distrito Federal aprovou recentemente a consagração de pastoras. O projeto foi aprovado depois de muito debate e 70% dos correligionários (1,5 mil membros) decidiram em aceitar a ordenação feminina e até 2012 50 mulheres deverão ser avaliadas para o cargo.


Pregando na Assembleia de Deus em Imbarié - Pr. Pres. e Vice-Pres. Sentados








Com informações Verdade Gospel