quinta-feira, maio 05, 2011

O MEU NOME NÃO É LÚCIFER



Satanás vive dando entrevistas nas igrejas[1] por aí. Penso que uma das coisas que ele deveria falar é: Parem de me chamar de Lúcifer! Se bem que para o “peludo”[2], quanto mais ignorante o povo for a seu respeito, melhor, como bem frisa CS Lewis em seu magnífico livro[3] Cartas de um diabo ao seu aprendiz (Martins Fontes).

Na mente evangélica é automático associar o nome Lúcifer à Satanás, isso é aceito como verdade inquestionável. Porém, nem sempre foi assim na história da igreja. Até o século IV um bispo cristão ainda podia chamar-se São Lúcifer e seus seguidores de luciferianos. Somente quando alguns Pais da Igreja começaram a interpretar Is 14.12 como sendo o relato da queda de Satanás, que essa associação aconteceu e Lúcifer passou a ser nome do diabo.[4]

A palavra lúcifer foi introduzida no texto de Is 14.12, por ser a tradução latina da palavra hebraica hêlel, que significa “portador da luz” ou “estrela da manhã”. Era o nome latino para o planeta Vênus, o objeto mais brilhante no céu depois do sol e da lua, que algumas vezes aparece de noite, outras vezes pela manhã.[5]

O texto de Is 14 em seu contexto, em nenhum momento sugere a queda de um ser angelical. É explicitamente um oráculo contra o rei da Babilônia (v. 4), um ser humano que queria ser igual a Deus.[6] O título dado ao rei, Estrela d`alva, ou estrela da manhã, é de ascendência mítica em literaturas antigas, e “aplicado ao rei de Babilônia equivale a título divino”.[7] Título aplicado de forma pejorativa, pois o rei babilônico, com sua glória e pomposidade, se considerava entre os deuses.[8] Mas a profecia coloca o rei em seu devido lugar a partir do versículo 15. Leia o texto, vai ajudar a entender melhor a reflexão, clique aqui.

Oropeza afirma: “O rei da Babilônia, não Satanás, está em foco, porque ‘subjuga as nações’ (Is 14.12). É difícil ver como Satanás poderia subjugar nações inteiras em sua queda original, quando elas ainda nem existiam”.[9]

O fato é que, não se encontra amparo nem no Novo Testamento nem nos escritos dos pais apostólicos[10] nenhuma afirmação de que Satanás uma vez foi um belo anjo chamado Lúcifer. Como já dissemos acima, foi a partir do séc. III, com Orígenes, que essa associação começou e nunca parou. Contudo, uma exegese honesta com o texto bíblico não pode cometer esse erro. Dizer que Lúcifer é Satanás é ser arbitrário na escolha dos versículos. É ler o texto isolado de seu contexto, acreditando que ele contém uma verdade escondida, mais espiritual. É querer fazer o texto falar algo que ele não quer falar! Não é dessa forma que se lê e interpreta a Bíblia. Eu não posso escolher dois ou três versículos bíblicos, isola-los e dizer que eles querem dizer tal coisa.

O texto de Is 14 sempre é comparado com Ez 28:11-19. Não iremos entrar em detalhes agora, mas os mesmos princípios aplicados em Isaías servem para Ezequiel. Só deixo de tira gosto o v. 2 do cap. 28 “"Filho do homem, diga ao governante de Tiro: Assim diz o Soberano, o Senhor: "No orgulho do seu coração você diz: 'Sou um deus; sento-me no trono de um deus no coração dos mares'. Mas você é um homem, e não um deus, embora se considere tão sábio quanto Deus”.

Podem perguntar: “se esses textos bíblicos não falam da queda de Satanás, onde fala?” A bíblia não relata com clareza a queda de Satanás, pois ele não é seu foco, assim como os anjos, é assunto marginal. Calvino afirma: “Murmuram alguns por que a Escritura não expõe, sistematicamente e distintamente, em muitas passagens, essa queda e sua causa, modo, tempo e natureza. Mas uma vez que essas coisas nada têm a ver conosco, lhe pareceu melhor, ou não dizer absolutamente nada, ou que fossem apenas tocadas de leve, pois não foi digno do Espírito Santo alimentar-nos a curiosidade com histórias fúteis, destituídas de proveito. E vemos ter sido este o propósito do Senhor: nada ensinar em seus sagrados oráculos que não aprendêssemos para nossa edificação”. As Institutas I 14.16.

Só enfatizo que com esse texto não estou negando a existência ou queda de Satanás, estou apenas dizendo que não temos amparo exegético seguro para chama-lo de Lúcifer. Satanás tem muitos nomes, mas não Lúcifer. Aliás, se tem alguém na bíblia, digno de receber esse nome, é o próprio Cristo, ele sim, é a verdadeira Estrela da Manhã (Ap. 22.16).[11]

Ficou claro? Caso não, use os comentários para postar a sua dúvida. Vamos caminhar juntos!


Rodrigo "Bibo" de Aquino é autor do livro Rascunhos da Alma e faz o podcast do portalhttp://www.formulados.com.br/

BiboTalkCast #004 Série Azusa #1


Muito Bem Galera demorou mais chegou, o BiboTalkCast #4  com mais uma série na área. Iniciamos a Série Azusa e nesse primeiro episódio vamos entender o surgimento do pentecostalismo, suas origens e começos. Saiba qual a diferença entre Xenolália e Glossolalia. Veja o ambiente que gerou o movimento pentecostal e por que falar em línguas não é tudo...ah, será que ainda temos, nós pentecostais, alguma em comum com a rua Azusa?

Descubra isso e muito mais agora, com o BiboTalkCast!

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NOTA DE FALECIMENTO

Pr. José Deusdeth Farias - NOTA DE FALECIMENTO - 05.04.2011

Pr. Desdeth Farias
Partiu para as mansões celestiais na madrugada de hoje, o

Pr. JOSÉ DEUSDETH FARIAS,

Pastor Presidente da Igreja e  da
Convenção de Igrejas e Ministros das Assembléias de Deus - Ministério de Fortaleza no Estado do Ceará.

Á família e igreja enlutada, os nossos sentimentos e os votos de que o Espírito Santos os console.

"Bem aventurados aqueles que desde já dormem no Senhor"



Fonte: Blog da Cimadec 

SUPREMO TRIBUNAL DECIDIRÁ HOJE SE CASAMENTO GAY SERÁ RECONHECIDO NO BRASIL

Olá! Bem-vindo ao Sinais Reais! Aqui você acompanha recortes de notícias de todo o mundo referentes aos cenários descritos por Jesus Cristo que antecedem o Dia da sua volta.

(...) o justo e o ímpio, Deus julgará a ambos, pois há um tempo para todo o propósito, um tempo para tudo o que acontece.

Eclesiastes 3:17 Saiba um pouco mais

Supremo Tribunal decidirá hoje se casamento gay será reconhecido no Brasil


O Supremo Tribunal Federal (STF) deve resolver nesta quarta-feira (4) uma das polêmicas sobre relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. A mais alta Corte do país julgará duas ações que pedem o reconhecimento da união entre gays como uma “entidade familiar”, o que significaria estender aos homossexuais todos os direitos garantidos à união estável entre homem e mulher.

A análise do tema – que já começou antes do julgamento em outras instâncias da Justiça – promete um debate sobre garantia de direitos fundamentais, como igualdade, e a forma como os poderes Legislativo e Judiciário têm tratado o casamento gay.

De acordo com a Constituição Federal, “para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.

Para o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor dos direitos dos gays, o julgamento desta quarta demonstra que o Judiciário “está mais avançado” que o Congresso Nacional na busca de garantias dos direitos dos homossexuais.

Todas as decisões favoráveis de juízes em prol da união estável e da adoção de crianças [por parte de casais gays] mostram que o Judiciário está à frente do Legislativo no sentido de estender a cidadania ao conjunto da população. Estou muito esperançoso”, afirmou.

De outro lado, a defesa da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – que atua como parte interessada no processo – afirma que não usará argumentos religiosos, mas pretende provocar um debate técnico no STF.

Segundo o advogado da CNBB, Hugo Sarubbi Cysneiros, o reconhecimento de uniões estáveis já é tratado de forma “clara e evidente” na Constituição. “A lei diz que a família se dá pela convivência entre homem e mulher. Não há nada que ser interpretado. Não consigo conceber porque a expressão ‘homem e mulher’ tenha que ser discutida”, alegou o advogado.

A CNBB vai ao STF pedir que a lei seja mantida como está e defender que o papel de mudar a Constituição é do Congresso Nacional e não da Justiça. “O fenômeno homossexual sempre existiu e a Igreja [Católica] reconhece que é um fato e o próprio Catecismo prega o respeito a essa situação. Mas [a união entre gays] não é família, porque a Constituição diz que não é”, afirmou Cysneiros.

Mudança na lei

Caso o Supremo reconheça a união entre homossexuais como uma entidade familiar, a decisão será um precedente a ser seguido. O que não garante automaticamente os direitos aos casais gays. Será preciso entrar na Justiça. A forma de tornar garantidos esses benefícios é mudar o texto da Constituição.

Defensor dos direitos dos homossexuais, o próprio deputado Jean Wyllys diz ter “os pés no chão” e lamenta que a lei exclua da proteção do estado casais de pessoas do mesmo sexo. O parlamentar trabalha para recolher as assinaturas de dois terços dos 513 deputados federais, número necessário para propor a mudança do texto da Constituição.

Wyllys afirma ter conseguido pouco mais de 70 assinaturas e admite as dificuldades em abordar o assunto.“Não é um assunto fácil. É um debate quase sempre apaixonado e eivado de muita ignorância. A decisão do Supremo, caso seja for favorável, ajuda”, disse.

Segundo ele, independentemente da decisão do STF, mudar a Constituição é fundamental para que os direitos de famílias formadas por homossexuais sejam garantidos automaticamente. O parlamentar é homossexual e diz que pretende ter filhos nos próximos 4 anos.

A importância da PEC [Proposta de Emenda à Constituição] é porque ela assegura direito automaticamente e promove uma grande revolução social. Meus filhos poderão gozar da mesma proteção do estado que uma família formada por um casal heterossexual”, disse o parlamentar.

Casos

Na sessão desta quarta, os ministros do Supremo vão analisar em conjunto um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), para que a união de casais gays seja reconhecida como “entidade familiar”, e um pedido do governo do estado do Rio de Janeiro para que relacionamentos homossexuais de funcionários públicos do estado sejam reconhecidos como união estável.

A proposta da PGR tramita no Supremo desde 2009 e o pedido do governo do Rio desde 2008. No processo, governador Sérgio Cabral quer incluir casais gays no regime de licenças, previdência, assistência, entre outros benefícios conferidos aos servidores do estado que comprovam união estável.

Segundo o governador do Rio, não reconhecer a união estável de casais homossexuais viola princípios fundamentais previstos na Constituição, como o da igualdade, da segurança jurídica e da proibição de discriminação.

O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Amados, Graça e paz.

Repasso e-mail que recebi para orarmos por esse acontecimento e meditarmos qual tem sido o papel da igreja brasileira frente aos desmandos que têm ocorrido. Será que veremos nossa suprema corte passar por cima da CRFB embasados em jurisprudências que não tem o mesmo peso da carta magna? Veremos. Será que umas minorias chamadas homossexuais imporão a nós uma das maiores derrotas do cristianismo? Aguardemos.

Deus vos abençoe

Pr. Eduardo Candido

Santo André, 03 de maio de 2011.
Prezados pastores e líderes
Amada Igreja de Cristo

Saudações Cristãs

Amanhã, como tem sido noticiado, o Supremo Tribunal Federal deve decidir, na sessão plenária, se é ou não constitucional o reconhecimento da união homo afetiva como entidade familiar. Em discussão, o parágrafo 3º do artigo 226 da Constituição, segundo o qual, “para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar". Há uma clara tendência de desatender a Constituição, criando maior instabilidade no estado de direito. Essa ação representa uma manobra para burlar a decisão democrática. Não podendo criar uma nova lei por falta de votos, setores do governo usam o STF como foro particular para reinterpretar a legislação vigente. Sendo assim:

1. O STF, ao que parece se obrigará a ir além de sua função de interpretar a Constituição para legislar através de jurisprudência substituindo, assim, a função do Congresso Nacional. Oremos pelas instituições nacionais que estão se desviando de seus propósitos para atender a interesses do poder. Como cidadãos precisamos exigir o restabelecimento da ordem. O texto constitucional definitivamente não se aplica à conjunção homossexual. Está além da alçada do STF definir a conjunção homossexual como família.

2. O STF ameaça interpretar parcial e tendenciosamente o conceito de família. Não há igualdade de liberdade entre família e conjunção homossexual, porque a família precede a lei, como tal e semelhante o direito à vida, é ato de fé. Já o homossexualismo pretende se impor por casuísmos legais. Também Não há igualdade de afetividade por que heterossexualidade e homossexualidade não são iguais em natureza, função ou propósito. Oremos sobre a inadmissível interferência do Estado nos assuntos da fé. Como cidadãos devemos agir pela minimização do poder concentrado nas mãos da oligarquia reinante.

3. O STF parece querer expor servilismo aos interesses hegemônicos do atual governo, colocando em dúvida a justiça do sistema de indicação e aprovação dos ministros do Supremo. Oremos sobre a confusão entre Estado e governo. Como cidadãos devemos nos esforçar para que um partido não imponha sua agenda duvidosa à toda a nação.

4. O STF ameaça igualar conceitualmente a conjunção homossexual com a família, divina e naturalmente heterossexual, desatendendo ao fato de que, ao impor por força e abuso de poder algo que a sociedade claramente rejeita, consagra a insuperável diferença entre uma coisa e outra. Oremos pelo estabelecimento da justiça em nosso país. A lei sem moral é vã (Horácio). Como cidadãos devemos insistir em educar nossa sociedade com princípios e valores eternos.

5. O STF parece se preparar para, mais uma vez, agir contrariamente ao interesse democrático, desprezando vergonhosamente o entendimento da maioria, desautorizando-se em favor de uma nova ditadura. Oremos contra a injustiça de termos instituições que não nos representam, mas a minorias manipuladoras da máquina estatal.  Como cidadãos, devemos lutar por uma sociedade melhor informada, mais crítica e mais operosa.

O temor servil retorna à nossa nação e discretamente vai contaminando todas as nossas instituições.. Para que a pátria fique livre, a Igreja deve se preparar para desobedecer – o amor não se alegra com a injustiça (1Co 13). Que justiça virá de homens injustos? Nossa esperança está no Senhor e no poder da Palavra que fomos encarregados de pregar.

Pastores orientem a nação a retornar à santidade e indissolubilidade do casamento e à responsabilidade da paternidade. As Escrituras não são a vontade de Deus apenas para os evangélicos, nem apenas para os cristãos. Do Senhor, por Ele e para Ele são todas as coisas. Mais do que lutar contra a desconstrução da família que o STF ameaça fazer nessa quarta, dia 4, devemos nos esforçar contra o divórcio, contra a promiscuidade, contra a pornografia e tantas outras coisas que foram passos sutis para a imoralidade com a qual convivemos hoje. Nossa luta não é apenas contra a ditadura sexual que se impôs nos últimos anos, nossa luta é pela santificação que a evangelização produz. São dias de Neemias (Ne 13), onde ele está?

O Senhor Reina,

José Bernardo

SHOUWANG EM ORAÇÃO E JEJUM.


SHOUWANG EM ORAÇÃO EJEJUM INTENSOS.
Pastores presos em Beijing.

守望  福音教会 :  上帝是我们的避难所 !

A Igreja Evangélica Shouwang (“Vigilante”), em Beijing, foi fundada em 1993 pelo honrado e respeitado Pr. Jin Tianming. Ela é uma das maiores igrejas de Beijing. Desde 2003 o pastor fundador vem buscando registrar a igreja junto ao órgão competente do governo chinês, porém sem sucesso. A Igreja Shouwang diz não ter explicação para a repetida recusa para a expedição do registro dela por parte do governo chinês. 

  

No sábado, dia 16, a polícia prendeu o pastor Jin Tianming, e colocou muitos congregados sob prisão domiciliar por haverem empreendido esforços para a realização de um culto ao ar livre, disse um grupo de direitos humanos centrado na luta pela liberdade religiosa na China. 




Atualmente a Igreja Evangélica Shouwang tem congregados mais de 1.000 membros. Na semana passada, o Pr. Jin Tianming e centenas de membros da igreja foram presos e depois liberados quando tentavam realizar o culto de adoração de domingo em um local ao ar livre. 




Líderes da Igreja Shouwang  têm repetidamente afirmado que a reunião ao ar livre é politicamente motivada. Eles afirmam que os seus membros são forçados a adorar ao ar livre porque o governo chinês impediu senhorios de cederem qualquer espaço para igrejas. 




A igreja foi expulsa de onde aconteciam anteriormente as reuniões e funcionários do local alegam que foram pressionados a fecharem as portas para a Igreja Shouwang.

“Pedimos ao governo chinês para exercer moderação e se abster de recorrer à violência que contribui para a escalada do conflito com os pacíficos adoradores de Shouwang, que não pedem nada mais do que simplesmente exercer o seu direito à liberdade religiosa”, disse o fundador presidente da China Aid. 



O governo chinês, nos últimos tempos, tem aumentado a repressão contra dissidentes e manifestastes, de acordo com relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre direitos humanos divulgado nesta semana. 


“Na China, vimos uma tendência negativa que está parecendo agravar-se na primeira parte de 2011″, disse a secretária de Estado Hillary Clinton. 




Clinton destacou que dezenas de advogados, ativistas, blogueiros e outros que desafiaram a autoridade do governo chinês foram detidos por exercerem o seu ”internacionalmente reconhecido direito à livre expressão”. 




Muitos acreditam que a repressão chinesa vem do seu medo de possíveis “rebeliões” de alguns cidadãos inspirados pela revolta no mundo árabe. Entretanto, a repressão parece ter sido a prática constante das autoridades chinesas contra os pastores evangélicos chineses nos seus territórios. 




Dada a sensibilidade do governo atual em relação à dissidência, um encontro de centenas de cristãos não-registrados no domínio público seria uma possível ameaça. 




Na China, as igrejas protestantes devem se registrar na Tríplice Autonomia do Movimento Patriótico, órgão governamental chinês que supervisiona as igrejas e o Conselho Cristão da China para operar legalmente. 




As igrejas cristãs chinesas, no entanto, percebem que esse é um órgão do governo que coloca a submissão à autoridade do Estado no mesmo nível (se não superior) a submissão à autoridade de Cristo. Por isso, muitas igrejas se recusam a se registrarem. Eles argumentam: “Cristo é o cabeça da igreja, não o governo”. 




Paira a realidade no temor de que a regulação do governo controle o conteúdo do sermão, e a entrega da mensagem bíblica na pregação, caso a igreja se registre. 




Elder Fu Xianwei de Xangai, presidente da Tríplice Autonomia do Movimento Patriótico, relata que na China há mais de 23 milhões de cristãos protestantes, incluindo os crentes não-registrados. 




Shouwang, uma das maiores igrejas não registradas em Pequim, provavelmente enfrentará uma pressão especialmente severa do governo chinês, pois o incidente recebeu muita atenção da mídia internacional e as autoridades mundiais estão retratando o fato de forma negativa para a China. 



Além de deter o pastor Sênior Jin Tianming, as autoridades chinesas também estão pressionando os senhorios a expulsarem os membros das igrejas de suas casas. Além disso, houve a prisão de outro pastor, Li Xiaobai, e sua esposa. 


No momento, afirma-se que o paradeiro do pastor Jin Tianming é desconhecido. 




Segundo a CAA (China Aid Association), mais de uma dezena de igrejas “clandestinas” para o governo em Beijing (Pequim) se uniram para emitir uma declaração de apoio à igreja Shouwang e abriram uma vigília de oração semanal pela congregação e os seus líderes. 




No domingo, dia 17, o honorável Pr. Yuan Ling, co-pastor auxiliar,  conclamou todos os membros daquela igreja unida e coesa para fazerem períodos intensos de oração e um intenso jejum pelos pastores presos e suas famílias, assim como pelo caminho do entendimento e do diálogo entre governo e igrejas evangélicas em todo o território chinês. 




Faço registrar minha mensagem especial solidária e encorajadora:



全能的上帝是我们的最高住房 !
恩典和耶稣基督的和平与你同在 .



PbGS

ANTROPÓLOGA DIZ QUE LIBERDADE RELIGIOSA ESTÁ AMEAÇADA NO BRASIL

Liberdade religiosa está ameaçada no Brasil.

Antropóloga Débora Diniz afirma que o Estado está sendo questionado na Justiça por tentar privilegiar o ensino católico nas escolas públicas e que livros didáticos associam os ateus aos nazistas.
O trabalho da antropóloga e documentarista carioca Debora Diniz tem si­do amplamente reconhecido mundo afora. Aos 41 anos, ela já recebeu 78 prêmios por sua atua­ção como pesquisadora e cineasta. Professora da Universidade de Brasília, Debora é autora de oito livros. O último deles – “Laicidade e En­sino Religioso no Brasil” – trata de uma discussão que está emergindo no País e deverá ser motivo de debates acalorados no Supremo Tribunal Federal. “Além de a lei do Rio de Janeiro sobre o ensino religioso nas escolas públicas estar sendo contestada no Supremo, há uma ação da Procuradoria-Geral da República contra a concordata Brasil-Vaticano, assinada pelo presidente Lula em 2008”, lembra Debora. “Um artigo da concordata prevê que o ensino religioso no País seja, necessariamente, católico e confessional. Isso é inconstitucional.”


ISTOÉ -
O ensino religioso nas escolas públicas, num Estado laico como o Brasil, é legítimo?

DEBORA DINIZ -

Sim e não. Sim porque está previsto pela Constituição. E não quando se trata da coerência com o pacto político. Chamo de coerência a harmonia com os outros princípios constitucionais: da liberdade e do pluralismo religiosos e da separação entre o Estado e as igrejas. Falsamente, se pressupõe que religião seria um conteúdo necessário para a formação da cidadania.


ISTOÉ -
O pluralismo religioso é respeitado nas escolas públicas?

DÉBORA DINIZ -

Não. A Lei de Diretrizes e Bases delega aos Estados o poder sobre a definição dos conteúdos e quem são os professores habilitados. Isso não acontece com nenhuma outra matriz disciplinar no País. A LDB diz que o ensino religioso não pode ser proselitista. Apesar disso, legislações de vários Estados – como a do Rio de Janeiro – afirmam que tem de ser confessional. Determinam que seja católico, evangélico.


ISTOÉ -
As escolas viraram igrejas?

DÉBORA DINIZ -

As aulas de ensino religioso, obrigatórias nas escolas públicas, se transformaram num espaço permeável ao proselitismo. Não é possível a oferta do ensino religioso confessional sem ser proselitista. Se formos para o sentido dicionarizado da palavra proselitismo, é professar um ato de fé. É a catequização. O proselitismo é um direito das reli­giões. Mas isso pode ocorrer na escola pública? A LDB diz que não.


ISTOÉ -
É possível haver ensino religioso sem ser proselitista?

DÉBORA DINIZ -
É. A resposta de São Paulo foi defini-lo como a história, a filosofia e a sociologia das religiões.

ISTOÉ -
São Paulo seria o melhor exemplo de ensino religioso no País?

DÉBORA DINIZ -

No que diz respeito ao decreto estadual, segundo o qual o ensino não deve ser confessional, sim. Mas se é o melhor exemplo na sala de aula, não temos pesquisas no Brasil para afirmar isso. A LDB diz que a matrícula é facultativa. Então, também devemos perguntar: o que a criança faz quando não está na aula de religião?


ISTOÉ -
O ensino religioso, da forma como está configurado, é uma ameaça à liberdade religiosa?

DEBORA DINIZ -

É. Quanto mais confessional for a regulamentação dos Estados, quanto mais os concursos públicos forem como o do Rio – em que o indivíduo tem de apresentar um atestado da comunidade religiosa a que pertence e, caso mude de religião, perde o concurso –, maior é a ameaça. A liberdade religiosa está ameaçada no País e a justiça religiosa também.


ISTOÉ -
Há uma tentativa de privilegiar uma ou outra religião?

DÉBORA DINIZ -

Quase todos os Estados se apropriam do que aconteceu no Rio, nominando as religiões dos professores. No Ceará, por exemplo, o professor tem de ter formação em escolas teológicas. Mas religiões afro-brasileiras não têm a composição de uma teologia formal. Essa exigência privilegia os católicos e os protestantes.


ISTOÉ -
Por que o MEC não define o conteúdo do ensino religioso?

DÉBORA DINIZ -

Há uma falsa compreensão de que o fenômeno religioso é um saber para iniciados, e não para especialistas laicos. Também há um equívoco sobre o que define o pacto político num Estado laico. O fenômeno religioso não é anterior ao fato político. Religião não pode ter um status que não se subordine ao acordo constitucional e legislativo. Isso é verdade em algumas coisas, tanto que o discurso do ódio não é autorizado. O debate sobre a criminalização da homofobia causa tanto incômodo às comunidades religiosas porque resultará em restrição de liberdade de expressão. Não se poderá dizer que ser gay é grave perversão, como algumas fazem atualmente.


ISTOÉ -
Os livros didáticos dizem...

DÉBORA DINIZ -








Dizem porque há essa lacuna de regulação e de fiscalização. Há uma subordinação do nosso pacto político ao fato religioso. O que é um equívoco. Também há uma falsa presunção de que o saber religioso não possa ser revisado. O MEC tem um painel em que todas as controvérsias científicas são avaliadas por uma equipe que diz o que pode e o que não pode entrar nos livros didáticos. A despeito de pequenas comunidades no campo da biologia dizerem que criacionismo é uma teoria legítima sobre a origem do mundo, o filtro do MEC diz que criacionismo não é ciência. Por que, então, o MEC não define o que pode entrar nos livros de ensino religioso e os parâmetros curriculares?


ISTOÉ -
O que os livros didáticos de religião pregam?

DEBORA DINIZ -

Avaliamos 25 livros didáticos de editoras religiosas e das que têm os maiores números de obras aprovadas pelo MEC para outras disciplinas. Expressões e valores cristãos estão presentes em 65% deles. Expressões da diversidade cultural e religiosa brasileira, como religiões indígenas ou afro-brasileiras, não alcançam 5%. Muitas tratam questões como a homofobia e a discriminação contra crianças deficientes de uma maneira que, se fossem submetidas ao crivo do MEC, seriam reprovadas. A retórica sobre os deficientes é a pior possível. A representação simbólica é de quem é curado, alguém que é objeto da piedade, que deixa de ser leproso e de ser cego. É a do cadeirante dizendo obrigado, num lugar de subalternidade.


ISTOÉ -
A submissão ao sagrado é estimulada?

DÉBORA DINIZ -

É uma submissão ao sagrado, à confessionalidade. Mas a confessionalidade não se confunde com o sagrado. O sentido do sagrado pode ser explicado. No caso do “Alcorão”, é possível explicar que a escrita tem relação com a história do islamismo. Não precisamos de livros que violem o sagrado, que digam que Maria não era virgem. Mas eles não precisam se submeter à confessionalidade, dizer que há só uma verdade.


ISTOÉ -
Há um estímulo ao preconceito e à intolerância nos livros?

DÉBORA DINIZ -
Sem dúvida. Há a expressão da intolerância à diversidade – das pessoas com deficiência, da diversidade sexual e religiosa, das minorias étnicas. Há, também, uma certa ironia com as religiões neopentecostais.

ISTOÉ -
A ideia da supremacia moral dos que têm religião é defendida?

DÉBORA DINIZ -

É. Há equívocos históricos e filosóficos, como a associação de ­Nie­tz­s­che ao nazismo. As pessoas sem Deus são representadas como uma ameaça à própria ideia do humanismo. É muito grave a representação dos ateus. Isso pode gerar desconforto entre as crianças cujas famílias não professem nenhuma religião. Já que, nos livros, elas estão representadas como aquelas que mataram Deus e associadas simbolicamente a coisas terríveis, como o nazismo.


ISTOÉ -
As aulas facultativas podem se tornar uma armadilha?

DÉBORA DINIZ -

Sem dúvida. A criança terá de explicar suas crenças, o que deveria ser matéria de ética privada. Pior: ao sair da aula com um livro como esse, as crianças talvez tenham de explicar por que não têm Deus.


ISTOÉ -
Não há reflexões históricas sobre o significado das religiões?

DÉBORA DINIZ -

Nenhuma. Há uma enorme dificuldade de nominar as comunidades indígenas como possível religião. Elas possuem tradições e práticas religiosas ou magia. No caso das afro-brasileiras, também se fala em tradição.


ISTOÉ -
O que levou o Estado a proteger o ensino religioso na Constituição?

DÉBORA DINIZ -

Foi uma concessão a comunidades religiosas numa disputa sobre o lugar de Deus e da religiosidade na Constituição. A religião foi mantida no que caracterizaria a vida boa e a formação da cidadania. Isso é um equívoco. A religião pode ser protegida pelo Estado, mas não no espaço de promoção da cidadania que é a escola.


ISTOÉ -
O ensino religioso está ganhando ou perdendo espaço no mundo?

DÉBORA DINIZ -

Essa é uma controvérsia permanente. Nos Estados Unidos, um país bastante religioso, não está na escola pública. Na França, o país mais laico do mundo, também não. Exceto na região da Alsácia-Mosele. Na Bélgica e no Reino Unido está. Esses países hoje enfrentam com muita delicadeza a islamização de suas sociedades. Na Alemanha, grupos islâmicos já começaram a exigir o ensino de sua religião nas escolas públicas.


ISTOÉ -
Mas na França também há o outro lado, de proibirem vestimentas...

DÉBORA DINIZ -

Esse é o paradoxo que a França enfrenta neste momento, sobre como respeitar o modelo da neutralidade. A lei do país proíbe símbolos religiosos ostensivos nas escolas públicas – cruz grande, solidéu, véu. O que o outro lado vai dizer? Que isso viola um princípio fundamental, que é a expressão das crenças individuais estar no próprio corpo.


ISTOÉ -
Quais são os desafios do ensino religioso no Brasil?

DÉBORA DINIZ -

São gigantescos e podem ser divididos em três esferas. Uma é a esfera legal. O ensino religioso está sob contestação nos foros formais do Estado: no Supremo, no MEC e no Ministério Público Federal. Além de a lei do Rio de Janeiro estar sendo contestada no Supremo, há uma ação da Procuradoria-Geral da República contra a concordata Brasil-Vaticano, assinada pelo presidente Lula em 2008.


ISTOÉ -
E do que trata esta ação?

DÉBORA DINIZ -

Um artigo da concordata prevê que o ensino religioso na escola pública seja, necessariamente, católico e confessional. Isso é inconstitucional. Estamos falando da estrutura da democracia. Segundo o ministro Celso de Mello, em toda a história do Supremo, só tínhamos tido uma ação que tocava na questão da laicidade do Estado. Isso foi nos anos 40. Agora, temos pelo menos duas. A segunda esfera é como o ensino religioso pode ou não pode ser implementado. O MEC precisa definir quem serão os professores, como serão habilitados e quais conteúdos serão ensinados. A terceira esfera é a sala de aula, a garantia de que vai ser um ensino facultativo e de que o proselitismo religioso será proibido.


Fonte: Revista Isto É - Edição: 2164 
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