sábado, junho 28, 2014

“A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS”







ADMEP – ASSEMBLEIA DE DEUS – MINISTÉRIO ESTUDANDO A PALAVRA

                                 E.B.D. - Escola Bíblica Dominica
                                Departamento de Educação Cristã


Tema

   “A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS”


TEXTO ÁUREO

“Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”.

(Efésios 3. 10)


VERDADE PRÁTICA

A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja de Cristo.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:

Efésios 3. 8 – 10; I Pedro  4. 7 – 10

Objetivos

§  Conhecer – o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais.
§  Estudar – as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos.
§  Correlacionar - os dons espirituais com o fruto do Espírito.


Introdução: - Após o estudo sobre os dons de Deus, podemos constatar que sua sabedoria transcende a tudo o que se pode entender com a limitada percepção do homem. Enquanto a sabedoria humana é compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a sabedoria de Deus é multiforme. Ele a manifestou desde a criação, quando sua mente divina imaginou trazer à realidade as coisas criadas, incluindo o universo imenso, formado de planetas e estrelas, bem como o homem e os seres vivos da natureza, numa demonstração de planejamento perfeito, jamais alcançado pela mente humana.

A palavra "multiforme" de Efésios 3. 10, no grego, é uma palavra muito rica em significados. Não se refere simplesmente a algo que tem muitas formas, mas a algo que emite muitos brilhos de luz multicoloridos. Cristo é uma realidade iridescente.



I.          OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

1)       São diversos - Os dons espirituais são variados, como recursos usados pelo Espírito Santo para manifestar o poder de Deus e sua multiforme sabedoria, através de instrumentos humanos, usados para a edificação e o fortalecimento espiritual da Igreja. [I Coríntios 12. 8 -10].

2)       São amplos – Considerando-se que a sabedoria de Deus é “multiforme”, e que seu poder é ilimitado, e que, de igual forma ele concede à Igreja a sua “multiforme” graça, podemos inferir que Deus não está limitado a um número fixo ou fechado de dons. [I Coríntios 12.] Dessa forma, o leque dos dons de natureza espiritual pode ser ampliado. [Atos 2; 4].

3)       Dádivas do Pai – Outras excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos são diversas: A dádiva do amor, [Jo 3. 16]; A dádiva da filiação divina. [Jo 1. 12; Ef 2. 19];  e o Ministério da reconciliação. [2 Co 5. 19].

SINOPSE DO TÓPICO (1) Os dons espirituais e ministeriais são diversos e amplos.


II.          BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS – Despenseiros são as pessoas que tomam conta da despensa de uma casa, ou do lugar onde são guardados os alimentos e outros itens necessários à manutenção da família.

1)       Com sobriedade e vigilância – Deve guardar a sobriedade e vigilância, em oração [I Pe 4. 7; 5. 8; Mt 26. 41]. Essa advertência refere-se à simplicidade que deve caracterizar um servo Deus.

2)       Amor e hospitalidade. – Deve ter hospitalidade para com “os outros, sem murmurações” [I Pe 4. 9]; já foi visto que hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas da igreja local. [Hb 13. 2].

3)       O despenseiro deve administrar com fidelidade – [I Co 4. 1]. A palavra ministro vem de diáconos, ou servo. Diante de Deus, cada um deve ser servo a serviço da igreja e de sua missão na Terra.


SINOPSE DO TÓPICO (2) – Os bons despenseiros dos mistérios divinos devem apresentar sobriedade. Vigilância, amor, hospitalidade e fidelidade ao Senhor.

III.          OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO

1)       A necessidade dos dons espirituais. – Podemos identificar a necessidade dos dons para as igrejas em todos os tempos e lugares. Hoje, mais do nunca, com o esfriamento do amor e a multiplicação da impiedade [Mt 24. 12], a Igreja do Senhor Jesus necessita de mais poder, de mais unção, de “mais demonstração do espírito e de poder” [I Co 2. 4]

2)       Os dons espirituais e o amor cristão.  – Paulo termina o capítulo 12, de sua primeira Carta aos Coríntios de maneira inigualável sobre os dons espirituais. Ele termina o capítulo sobre os dons, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” [I Co 12.31]. E prova de modo cabal, que os dons sem o amor de Deus não significa nada.

3)       A necessidade do fruto do Espírito. – Acima, vimos que os dons espirituais sem amor nada significam para Deus. E o fruto do Espírito – O Amor [Gl 5. 22] – é o que faz a diferença entre um crente salvo e um crente perdido. O que tem dons de Deus, ou dons do Espírito Santo, necessita ser coberto pelo amor de Deus em seu coração, e em suas ações. [I Co 13. 1 – 5; 11].



SINOPSE DO TÓPICO (3) – Os dons espirituais são ligados ao amor cristão, o mais autêntico fruto do Espírito.


CONCLUSÃO: - A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se, no meio da igreja, através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo, através dos dons espirituais, e de outros dons, necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, os que os possuem devem fazer uso deles com humildade e fidelidade, não buscando seus interesses. Todos os dons são necessários à edificação e segurança dos salvos em Cristo Jesus.

                                     
                                     


Lição Elaborada pela Professora,
    Pra. Maria Valda
                        E-mail:  pastora.mariavaldap@mail.com                        

DONS SOBRENATURAIS DO ESPÍRITO SANTO CONTINUAM HOJE


POR QUE CREIO QUE OS DONS SOBRENATURAIS DO ESPÍRITO SANTO CONTINUAM HOJE






Rev. Sam Storms



Comentário de Julio Severo: O Rev. Sam Storms é um teólogo calvinista americano. Às vezes, parece que todo calvinista é cessacionista. Mas isso é tão verdade quanto dizer que todo calvinista é maçom. Graças a Deus, há calvinistas se levantando contra essas duas heresias no meio deles. No final deste artigo, há links para mais artigos sobre o mesmo assunto.


 


E então, por que sou continuísta? Seguem minhas razões (por favor, note que escrevi diversos artigos que fornecem ampla evidência para os pontos que defendo, mas a limitação de espaço me permite apenas citá-los nominalmente). Todos podem ser encontrados no meu site.


Deixe-me começar com a presença sólida, certamente difundida e inteiramente positiva de todos os dons espirituais por todo o Novo Testamento (NT). Os problemas que surgiram na igreja de Corinto não se deram por conta dos dons espirituais, mas por pessoas imaturas. As advertências de Paulo não se referiam aos dons de Deus, mas, sim, à distorção infantil, ambiciosa e orgulhosa da parte de alguns.





Além do mais, começando com o Pentecoste e percorrendo todo o livro de Atos, vemos que toda vez que o Espírito era derramado sobre os novos convertidos, eles experimentavam do seu carisma. Não há nada que indique que esses fenômenos eram restritos a eles e à época. Tais manifestações parecem ser tanto difundidas quanto comuns na igreja do NT. Os cristãos em Roma (Rm 12), Corinto (1 Co 12-14), Samaria (At 8), Cesareia (At 10), Antioquia (At 13), Éfeso (At 19), Tessalônica (1 Ts 5) e Galácia (Gl 3) experimentaram dos dons de milagres e revelação. É difícil imaginar como os autores do NT poderiam ter falado mais claramente sobre como deveria ser o Cristianismo da Nova Aliança. Em outras palavras, o fardo de provar o contrário está com o cessacionista. Se certos dons de uma classe especial cessaram, a responsabilidade de prová-lo depende dele ou dela.





Evidência Extensa


Gostaria de apontar também a extensa evidência neotestamentária dos chamados dons milagrosos entre cristãos que não são apóstolos. Ou seja, vários homens e mulheres que não eram apóstolos, jovens e anciãos, em toda a extensão do império romano exerciam de maneira consistente esses dons do Espírito (e Estevão e Felipe ministravam no poder de sinais e maravilhas). Aqueles que exerciam os dons miraculosos, mas não eram apóstolos são (1) os 70 que foram comissionados em Lucas 10.9, 19-20; (2) pelo menos 108 pessoas dentre os 120 que estavam reunidos no salão superior no dia de Pentecostes, (3) Estevão (At 6,7); (4) Felipe (At 8); (5) Ananias (At 9); (6) membros da igreja de Antioquia (At 13); (7) convertidos anônimos em Éfeso (At 19.6); (8) mulheres em Cesareia (At 21.8,9); (9) os irmãos sem nome de Gálatas 3.5; (10) crentes em Roma (Rm 12.6-8); (11) crentes em Corinto (1 Co 12-14); e (12) cristãos em Tessalônica (1 Ts 5.19,20).


Também temos que dar espaço para o objetivo explícito e frequentemente repetido do propósito dos carismas: nomeadamente, a edificação do corpo de Cristo (1 Co 12.7; 14.3; 26). Nada do que leio no NT ou do que vejo na condição da igreja em qualquer era, passada ou presente, me leva a crer que progredimos além da necessidade pela edificação – e consequentemente além da necessidade pela contribuição dos carismas. Eu confesso livremente que os dons espirituais foram essenciais para o nascimento da igreja, mas por que eles seriam menos importantes ou necessários para o crescimento e amadurecimento contínuos?


Há também a continuidade fundamental ou o relacionamento espiritual orgânico entre a igreja de Atos e a igreja dos séculos subsequentes. Ninguém nega que houve uma era ou período no começo da igreja que chamemos de “apostólica”. Temos que reconhecer o significado da presença pessoal e física dos apóstolos e o seu papel único na formação da fundação da igreja nos primeiros séculos. Mas não há no NT qualquer coisa que sugira que certos dons espirituais eram exclusiva e unicamente ligados a eles ou que os dons se encerraram com a partida deles. A igreja universal ou corpo de Cristo que foi estabelecida por meio do ministério dos apóstolos é a mesma igreja universal e corpo de Cristo hoje. Estamos juntos com Paulo, Pedro, Silas, Lídia, Priscila e Lucas, membros do mesmo corpo de Cristo.


Bem ligado ao ponto anterior é o que Pedro diz em Atos 2, referente aos ditos dons miraculosos como característicos da era pactual da igreja. Como já disse D. A. Carson: “A vinda do Espírito não está associada meramente com o nascimento da nova era, mas com a sua presença, não meramente com o Pentecoste, mas com todo o período do Pentecoste até o retorno de Jesus, o Messias” (em A Manifestação do Espírito, Ed. Vida Nova). Novamente, os dons de profecia e línguas (At 2) não são retratados como mera inauguração da nova era pactual, mas para caracterizá-la (não esqueçamos de que a era atual da igreja equivale aos “últimos dias”).


Devemos também notar 1 Coríntios 13.8-12. Nesse texto Paulo certifica que os dons espirituais não “passarão” (ver v.8-10) até a vinda do “perfeito”. Se o “perfeito” é realmente a consumação do propósito redentivo de Deus tal qual expressado pelo novo céu e nova terra seguindo a volta de Cristo, podemos confiantemente esperar que Ele continue a abençoar e capacitar a sua igreja com dons até àquela hora.


Um ponto semelhante aparece em Efésios 4.11-14. Aqui, Paulo fala de dons espirituais (junto com o ofício de apóstolo) – e particularmente dos dons de profecia, evangelismo, pastoreio e ensino – como construção da igreja “até que todos alcancem a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (V. 13, NVI – grifos meus). Já que a plenitude de Cristo certamente ainda não foi atingida pela igreja, podemos antecipar com confiança a presença e o poder de tais dons até que aquele dia chegue.


Gostaria de também apontar a ausência de uma noção explícita ou implícita de que devemos enxergar os dons espirituais de maneira diferente que outras práticas e ministérios neotestamentários retratados como essenciais à vida e ao bem estar da igreja. Quando lemos o NT, parece evidente que a disciplina na igreja deve ser praticada em nossas assembleias atuais, devemos celebrar a mesa do Senhor e o batismo com água e que os requerimentos para o exercício do ancião como descrito nas epístolas pastorais ainda determinam como a vida na igreja deve ser levada, citando apenas alguns. Quais boas razões exegéticas ou teológicas podem ser dadas para explicar por que devemos tratar a presença e operação dos dons espirituais de maneira diferente?


Testemunho Consistente


Ao contrário do que muitos pensam, há um testemunho consistente ao longo de grande parte da história da Igreja referente à operação dos dons miraculosos do Espírito. Simplesmente não é verdade que os dons cessaram ou desapareceram da vida no começo da Igreja após a morte do último apóstolo. O espaço não permite citar a evidência maciça concernente, então me referirei a quatro artigos que escrevi com uma documentação extensa (ver Spiritual Gifts in Church History).


Cessacionistas frequentemente argumentam que sinais e maravilhas, assim como certos dons, serviram somente para confirmar e autenticar o grupo original de apóstolos e que quando esses morreram, também cessaram os dons. A verdade é que nenhum texto bíblico (nem mesmo Hb 2.4 ou 2 Co 12.12, dois textos que explico em artigos no www.samstorms.com) chega a dizer que sinais e maravilhas ou certos dons espirituais serviram para autenticar os apóstolos. Sinais e maravilhas autenticaram Jesus e a mensagem apostólica referente a ele. Se sinais e maravilhas foram designados exclusivamente para autenticar os apóstolos, não temos como explicar porque pessoas que não eram apóstolos (como Felipe e Estevão) foram capacitados a exercê-los (ver especialmente 1 Co 12.8-10, onde o “dom” de “milagres”, entre outros, foi dado a crentes medianos, que não eram apóstolos).


Portanto, essa é uma boa razão para ser cessacionista apenas se você puder demonstrar que a autenticação ou testificação da mensagem apostólica era o propósito único e exclusivo de tais demonstrações de poder divino. Todavia, em nenhum lugar do NT o propósito ou função dos milagres ou carismas é reduzido à testificação. O agir miraculoso, em qualquer forma que seja, servia a outros propósitos distintos: doxológico (para glorificar a Deus: Jo 2.11, 9.3, 11.4, 11.40 e Mt 15.29-31); evangelístico (para preparar o caminho para que o Evangelho fosse conhecido: ver At 9.32-43); pastoral (como expressão de compaixão e amor e cuidado com as ovelhas: Mt 14.14; Mc 1.40,41); e edificação (para levantar e fortalecer os crentes: 1 Co 12.7 e o “bem comum”; 1 Co 14.3-5, 26).


Todos os dons do Espírito seja línguas ou ensino, profecia ou misericórdia, cura ou auxílio, foram dados (dentre outras razões) para a edificação, fortalecimento, encorajamento, instrução, consolo e santificação do corpo de Cristo. Então, mesmo que o ministério dos dons miraculosos para atestar e autenticar tenha cessado um ponto que concedo apenas para efeitos de argumentação, tais dons teriam que continuar a funcionar na igreja pelas outras razões citadas.


Ainda Final e Suficiente


Talvez a objeção mais comum dos cessacionistas seja que reconhecer a validade dos dons de revelação, como profecia e palavra de conhecimento, necessariamente compromete a finalidade e suficiência das Escrituras Sagradas. Mas esse argumento é baseado na falsa suposição de que esses dons nos dão verdades infalíveis com igual autoridade à do próprio texto bíblico (veja o meu artigo Why NT Prophecy Does NOT Result in ‘Scripture-Quality’ Revelatory Words“).


Também é mencionado o apelo cessacionista a Efésios 2.20, como se esse texto descrevesse todo o possível ministério profético. O argumento diz que os dons de revelação como profecia foram unicamente ligados aos apóstolos e portanto designados para funcionar apenas durante o dito período de fundação da igreja nos primeiros séculos. Abordo esta visão fundamentalmente errônea em detalhe aqui. Um exame cuidadoso das evidências bíblicas referentes tanto à natureza do dom de profecia quanto à sua extensa presença entre cristãos indica que este dom servia a outros propósitos muito além da fundação da igreja. Portanto, nem a morte dos apóstolos, nem o desenvolvimento da igreja além dos seus primeiros séculos têm importância sobre a validade de profecias para hoje. Também é citado com frequência o argumento do agrupamento, por assim dizer, que diz que os fenômenos miraculosos e sobrenaturais foram supostamente concentrados ou agrupados em períodos específicos na história redentora. Já abordei este argumento num outro artigo e mostrei que é falso.


Finalmente, apesar de tecnicamente não ser uma razão ou argumento para ser um continuísta, não posso ignorar a experiência. O fato de que eu já vi todos os dons espirituais sendo operados, de ter testado e confirmado e os experimentado em primeira mão em inúmeras ocasiões. Como afirmei esta não é tanto uma razão para se tornar um continuísta, e mais uma confirmação (apesar de não ser infalível) da validade dessa decisão. A experiência, isolada do texto bíblico, prova muito pouco. Mas a experiência deve ser considerada, especialmente se esta ilustra ou incorpora aquilo que vemos na palavra de Deus.






Nota – Abertos para Reforma: texto traduzido com autorização de The Gospel Coalition, publicado originalmente no dia 23 de janeiro de 2014 aqui.
Divulgação: www.juliosevero.com
Leitura recomendada:
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