VIAGEM AO FUTURO: O ABORTO, A IGREJA E O BRASIL EM
2030
O pai da criança, a família da
mulher, e a sociedade não possuem voz: o corpo é dela, as regras também.
Por Renan Alves da Cruz
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No
ano de 2030 o aborto é permitido no Brasil e pode ser consumado tanto em
hospitais do Sistema Único de Saúde quanto em clínicas particulares, através de
parcerias público-privadas.
As clínicas conveniadas realizam o procedimento e são
pagas pelo governo, através de verba do Ministério da Saúde.
O número de fraudes é amplo, já que não há fiscalização
adequada. Algumas clínicas decuplicam seus rendimentos documentando
atendimentos nunca realizados, não obstante, a demanda verdadeira também é
alta, já que a prerrogativa para realizar o procedimento de aborto é,
unicamente, a escolha da mãe.
O pai da criança, a família da mulher, e a sociedade não
possuem voz: o corpo é dela, as regras também.
O precedente vem do STF. No começo da década de 2020 um
pai não concordou com o procedimento de aborto e queria ter o filho. Como a
mulher realizou o procedimento sem sua concordância, ele a processou.
O caso ganhou notoriedade e chegou ao Supremo. A ele foram
anexados todos os processos semelhantes, movidos por pais e entidades
religiosas, em defesa da vida.
O Supremo Tribunal determinou que, como o feto se
desenvolve no corpo da mãe, não havendo consenso com a outra parte, a decisão
final é dela.
Houve festa em dezoito capitais. A militância feminista,
através de sua porta-voz, afirmou que a decisão era um importante avanço na
luta pelos direitos das mulheres, e que a campanha iniciada no ano anterior
“Cuide da sua bíblia que eu cuido do meu útero” era a principal responsável
pela vitória.
Dados oficiais atestam que a maioria das pacientes
preenchem na ficha médica que o motivo do procedimento é “gravidez indesejada”.
A militância feminista quer impedir que tais dados sejam
divulgados, pois alega que são manipulados para servir “aos interesses do patriarcado
e da direita conservadora fascista”.
Uma ala mais radical defende que o questionamento do
motivo seja excluído da ficha médica para que a mulher que aborta não venha a
se sentir pressionada.
“O corpo é dela. É sua decisão. Ela não precisa dar satisfação
a ninguém”, alegam.
Os grupos em defesa da vida argumentam que o feto não é
uma extensão do corpo da mãe, mas sim uma vida independente e, mais do que
isso, indefesa, que deveria ser protegida pelo Estado, por não ter capacidade
de se defender.
Um pastor evangélico foi entrevistado em um programa de TV
e proclamou: “É uma cruel irresponsabilidade dessas moças, se relacionarem
sexualmente com um homem que estão vendo pela primeira vez numa balada, gerarem
um ser vivo e depois assassiná-lo sem mais nem menos. E, se não bastasse o
crime moral, ainda o fazem com dinheiro público, tornando o Estado e todos nós,
que pagamos impostos, financiadores e cúmplices dessa barbárie”.
Uma promotora de justiça o acusou de crime de ódio.
O caso está sendo muito comentado nas redes sociais e nos
meios de comunicação. O que mais se ouve é: “Que lamentável que ainda haja quem
pensa dessa forma medieval em pleno 2030”
Um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas de
pastores, ministros e líderes católicos, defensores da neo-teologia da
libertação e do movimento missionário integracional, manifestou seu repúdio à
fala do pastor, que, segundo o texto “demonstra um falso evangelho não baseado
no amor, liberdade e tolerância.”
Em contraposição ao grupo conservador, diversas igrejas
que apoiam o aborto auxiliam as jovens que demonstram interesse pelo
procedimento.
“Ajudará a reduzir a pobreza” disse um bispo nacionalmente
conhecido.
“Cristo nos chamou para a liberdade”, disse outro,
acrescentando: “Deus respeita o livre-arbítrio da mulher de querer ou não ter
um filho.”
O próximo passo do movimento feminista é pressionar a
Câmara pela aprovação do Projeto de Lei que torna a crítica ao aborto crime de
preconceito contra a mulher.
Embora a opinião pública esteja dividida, especialistas
afirmam que a Lei deve ser aprovada com facilidade.
Este é, obviamente, um texto de ficção. No entanto, é baseado na
análise da movimentação dos ativistas em prol de políticas progressistas e na
aceitação de suas bandeiras pelos políticos, pelo Supremo Tribunal Federal e
pela grande mídia.
Ore sem cessar por nossa nação.
* As opiniões expressas nos textos publicados são de
exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
e não refletem, necessariamente, a opinião do Gospel Prime.
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fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/viagem-ao-futuro-o-aborto-igreja-e-o-brasil-em-2030/
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