segunda-feira, julho 18, 2016

O ABORTO, A IGREJA E O BRASIL EM 2030



VIAGEM AO FUTURO: O ABORTO, A IGREJA E O BRASIL EM 2030

O pai da criança, a família da mulher, e a sociedade não possuem voz: o corpo é dela, as regras também.
Por Renan Alves da Cruz


Viagem ao futuro: O aborto, a igreja e o Brasil em 2030 


No ano de 2030 o aborto é permitido no Brasil e pode ser consumado tanto em hospitais do Sistema Único de Saúde quanto em clínicas particulares, através de parcerias público-privadas.

As clínicas conveniadas realizam o procedimento e são pagas pelo governo, através de verba do Ministério da Saúde.

O número de fraudes é amplo, já que não há fiscalização adequada. Algumas clínicas decuplicam seus rendimentos documentando atendimentos nunca realizados, não obstante, a demanda verdadeira também é alta, já que a prerrogativa para realizar o procedimento de aborto é, unicamente, a escolha da mãe.

O pai da criança, a família da mulher, e a sociedade não possuem voz: o corpo é dela, as regras também.

O precedente vem do STF. No começo da década de 2020 um pai não concordou com o procedimento de aborto e queria ter o filho. Como a mulher realizou o procedimento sem sua concordância, ele a processou.

O caso ganhou notoriedade e chegou ao Supremo. A ele foram anexados todos os processos semelhantes, movidos por pais e entidades religiosas, em defesa da vida.

O Supremo Tribunal determinou que, como o feto se desenvolve no corpo da mãe, não havendo consenso com a outra parte, a decisão final é dela.

Houve festa em dezoito capitais. A militância feminista, através de sua porta-voz, afirmou que a decisão era um importante avanço na luta pelos direitos das mulheres, e que a campanha iniciada no ano anterior “Cuide da sua bíblia que eu cuido do meu útero” era a principal responsável pela vitória.

Dados oficiais atestam que a maioria das pacientes preenchem na ficha médica que o motivo do procedimento é “gravidez indesejada”.

A militância feminista quer impedir que tais dados sejam divulgados, pois alega que são manipulados para servir “aos interesses do patriarcado e da direita conservadora fascista”.

Uma ala mais radical defende que o questionamento do motivo seja excluído da ficha médica para que a mulher que aborta não venha a se sentir pressionada.

“O corpo é dela. É sua decisão. Ela não precisa dar satisfação a ninguém”, alegam.

Os grupos em defesa da vida argumentam que o feto não é uma extensão do corpo da mãe, mas sim uma vida independente e, mais do que isso, indefesa, que deveria ser protegida pelo Estado, por não ter capacidade de se defender.

Um pastor evangélico foi entrevistado em um programa de TV e proclamou: “É uma cruel irresponsabilidade dessas moças, se relacionarem sexualmente com um homem que estão vendo pela primeira vez numa balada, gerarem um ser vivo e depois assassiná-lo sem mais nem menos. E, se não bastasse o crime moral, ainda o fazem com dinheiro público, tornando o Estado e todos nós, que pagamos impostos, financiadores e cúmplices dessa barbárie”.

Uma promotora de justiça o acusou de crime de ódio.

O caso está sendo muito comentado nas redes sociais e nos meios de comunicação. O que mais se ouve é: “Que lamentável que ainda haja quem pensa dessa forma medieval em pleno 2030”

Um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas de pastores, ministros e líderes católicos, defensores da neo-teologia da libertação e do movimento missionário integracional, manifestou seu repúdio à fala do pastor, que, segundo o texto “demonstra um falso evangelho não baseado no amor, liberdade e tolerância.”

Em contraposição ao grupo conservador, diversas igrejas que apoiam o aborto auxiliam as jovens que demonstram interesse pelo procedimento.

“Ajudará a reduzir a pobreza” disse um bispo nacionalmente conhecido.

“Cristo nos chamou para a liberdade”, disse outro, acrescentando: “Deus respeita o livre-arbítrio da mulher de querer ou não ter um filho.”

O próximo passo do movimento feminista é pressionar a Câmara pela aprovação do Projeto de Lei que torna a crítica ao aborto crime de preconceito contra a mulher.

Embora a opinião pública esteja dividida, especialistas afirmam que a Lei deve ser aprovada com facilidade.

Este é, obviamente, um texto de ficção. No entanto, é baseado na análise da movimentação dos ativistas em prol de políticas progressistas e na aceitação de suas bandeiras pelos políticos, pelo Supremo Tribunal Federal e pela grande mídia.

Ore sem cessar por nossa nação.

* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
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 fonte:  https://artigos.gospelprime.com.br/viagem-ao-futuro-o-aborto-igreja-e-o-brasil-em-2030/

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