13/10/2016 - 15:00
ONU DECIDE QUE JUDEUS NÃO TEM “LAÇOS” COM O MONTE DO TEMPLO
"Obviamente, eles nunca leram a
Bíblia”, lamenta Benjamin Netanyahu
Por Jarbas Aragão
A
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Nações
Unidas (Unesco) anunciou nesta quinta-feira que o Monte do Templo, em
Jerusalém, “não tem ligação” com os judeus.
A
resolução associa somente nomes muçulmanos aos locais sagrados da Cidade
Antiga. Vinte e quatro países-membros assinaram o documento e 26 se abstiveram.
Apenas EUA, Reino Unido, Lituânia, Holanda, Estônia e Alemanha votaram contra.
A
determinação foi concluída durante um encontro em Paris, reiterando uma votação
similar realizada em abril. Ao desconsiderar os laços históricos do
local, a ONU virtualmente entrega o Muro Ocidental [Muro das Lamentações] aos
palestinos.
A
decisão foi classificada por Israel como “antissemita e absurda”, sendo
severamente criticada pelo que chama de “abusos provocativos que violam a
santidade e a integridade” da área.
Esse
é um duro golpe diplomático contra Israel, que podia ser antecipado após a
decisão no ano passado da UNESCO entregando dois locais
sagrados para os judeus ao controle de muçulmanos.
O
Túmulo de Raquel, perto de Belém, e a Caverna dos Patriarcas em Hebrom, estão
desde outubro de 2015 na mão dos palestinos. Na ocasião, a proposta incluía o
Muro das Lamentações, considerando-o uma extensão da mesquita de al-Aqsa.
Contudo, foi retirado da proposta final por pressão de países aliados de
Israel. Um ano depois, a proposta foi aceita.
De
acordo com o jornal Ynet News,
o Ministério israelense das Relações Exteriores entregou um panfleto mostrando
a inegável conexão histórica dos judeus com Jerusalém. Ele foi distribuído a
todos os 120 delegados permanentes da UNESCO cujos países têm relações
diplomáticas com Israel.
Fugindo
da tradição, Israel buscou a ajuda inclusive da Santa Sé, argumentando que isso
também iria prejudicar os cristãos. O Vaticano não se manifestou oficialmente.
Os
representantes da Palestina estão buscando, entre outras coisas, nomear um
observador permanente da UNESCO em Jerusalém. O objetivo seria forçar a
condenação das atividades israelenses em territórios disputados.
A
julgar pela decisão de hoje, a ONU acabará cedendo à pressão e intervindo em
território israelense, forçando o reconhecimento da Palestina como Estado
independente, cuja capital seria Jerusalém Ocidental.
“Obviamente, eles nunca leram a Bíblia”
O
primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu protestou contra a decisão da
ONU. “O teatro do absurdo continua com a UNESCO. Hoje, a organização
tomou sua decisão mais bizarra, dizendo o povo de Israel não possui nenhuma
ligação com o Monte do Templo e o Muro das Lamentações. Obviamente, eles nunca
leram a Bíblia”, disparou.
Foi
mais incisivo, pedindo: “gostaria de aconselhar os membros da UNESCO que
visitem o Arco de Tito, em Roma, onde poderão ver o que os romanos levaram para
Roma após terem destruído e saqueado o Monte do Templo dois mil anos atrás. Poderão
ver gravado no Arco, o menorah de sete braços, que é o símbolo do povo judeu,
bem como o símbolo do Estado judaico hoje. ”
Cumprimento profético
O
Conselho Executivo da UNESCO tem 58 países membros. A maioria deles é de nações
muçulmanas, o que garante o apoio aos palestinos. Como a Palestina não é
reconhecida como nação e tampouco é membro da comissão, seis Estados árabes
apresentaram a proposta em nome dos palestinos: Argélia, Egito, Kuwait,
Marrocos, Tunísia e Emirados Árabes Unidos.
Segundo
o documento, o Muro das Lamentações
passaria a se chamar Al-Buraq Plaza. Buraq é o nome do cavalo
alado que teria levado Maomé em sua viagem mística a Jerusalém. Também faria
parte desse “complexo palestino” a Porta de Mughrabi, que dá acesso ao local.
Também
pedem “ações” da ONU contra o que denominam “a capital ocupada da Palestina”.
Em
outras palavras, conseguiriam ampliar o domínio palestino justamente no local
mais sagrado para o judaísmo. Ao mesmo tempo, forçariam o reconhecimento que a
Autoridade Palestina tem direito a parte Oriental de Jerusalém, conquistada por
Israel na Guerra de 1967.
A
Esplanada das Mesquitas é o terceiro lugar mais sagrado do islã e a Jordânia
tem a custódia deste santuário, segundo o tratado de paz entre ambos países de
1994. Segundo a Bíblia e a arqueologia, é nesse local, no alto no Monte
Moriá, que ficava o templo de Salomão e posteriormente foi edificado o
Segundo Templo, pelo governador romano
Herodes.
Os
incidentes e a luta pelo Templo se reascenderam no último ano, após os
sucessivos anúncios por parte de judeus religiosos que estaria tudo pronto para
a construção do Terceiro Templo no local.
Os
judeus veem a reconstrução do Templo como parte do cumprimento das profecias do
Antigo Testamento e anúncio da vinda do
Messias.
Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/onu-judeus-nao-monte-do-templo/
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