sexta-feira, novembro 18, 2011

MINISTÉRIO PASTORAL FEMININO




Em primeiro plano, é de se observar que durante muitos anos, a Igreja rejeitou a possibilidade de se ter mulheres no Ministério Pastoral.

Com efeito, o Cristianismo, outrora influenciado pelo Judaísmo, rechaçava [repulsava] a participação de mulheres no Ministério.

Porém, há que se ressaltar que o Senhor Jesus Cristo valorizou repetidas vezes a participação das mulheres, ao ponto de aparecer primeiro para as mulheres, após ter ressurgido dentre os mortos, como se lê: “E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram”. (Mt 28.9).

Se Jesus Cristo não rejeitou as mulheres, seria correto a Igreja repudiá-las.

Todavia, em razão do Machismo e ignorância, imperantes na Igreja muitas pessoas rejeitam a integração de mulheres no Ministério, com a alegação de que Jesus não chamou mulheres para serem discípulas. Isso posto, dever-se-ia perguntar, ou seja:

Então, o que elas estão fazendo na Igreja?  - A Igreja não é lugar de discípulos?!

A.       O Que a Bíblia Ensina Sobre o Ministério Feminino?

Sendo certo, amados irmãos, que na Igreja não há distinção nem de raça, nem de condição social-econômica, nem de sexo, conforme se encontra consignado na carta do Apóstolo Paulo aos Gálatas, ou seja: “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são UM em Cristo Jesus.” (Gálatas 3. 28).


Nessa esteira, pode-se aferir que, à medida que o Cristianismo foi se soltando do etnocentrismo Judaico, outras resistências foram levadas ao chão, tais como: a religião de gentios na Igreja, a obrigatoriedade da circuncisão, o ministério exercido somente por Judeu e a oposição às mulheres.

Em consenso, a tardo passo a interpretação curta e apertada do Judaísmo foi sendo abandonada, como se pode conferir na 1ª epístola de Paulo aos Coríntios, como segue: “As Igrejas da Ásia vos saúdam. No Senhor, muitos vos saúdam Áquila e Priscila e, bem assim, a Igreja que está na casa deles” (I Co 16. 19).

Diante do revelado acima, conclui-se que Áquila e Priscila trabalhavam em pé de igualdade na Igreja que funcionava na casa deles. (Rm 16. 3 – 5).

Observa-se que, Priscila e Áquila receberam do apóstolo Paulo o mesmo título, qual se dá a Cooperador.

Somando a isso, é digno de nota que o Apóstolo Paulo em sua dogmática, preocupou-se em elucidar as razões de proibir que as mulheres da Igreja de Corinto falassem nos cultos.

Logicamente, essa regra foi específica às Igrejas de Corinto, que enfrentavam um grave problema com as prostitutas-cultuais.  

Com certeza, o apóstolo não poderia permitir que a Igreja de Corinto fosse confundida com as religiões afrodisíacas daquela época. Isso posto, reportamos a Geografia Bíblica que diz que, em Corinto, a prosperidade econômica se unia à vida licenciosa, de vez que seu principal templo era dedicado a Afrodite, (deusa do Amor) e nele se praticava a prostituição cultual. Corinto era considerada a cidade do prazer (conforme Luís Alonso Schökel). Sem embargo, o Apóstolo, fala em sua circular, fala às Igrejas de Corinto, e não podemos fazer dessa regra específica, uma regra geral.

Por maior razão, a regra não pode ser transmitida com base numa interpretação com base numa interpretação literal, haja vista a importância de nos atermos à interpretação teológica, buscando desnudar a intenção de Paulo em esboçar sobre tal regra Judaica, justo para com as Igrejas que se encontravam em Corinto, cidade essa, tomada pela sexualidade do culto.

Deus levantou Miriã como profetisa, Débora como Juíza, e Ana como profetisa (Lc 2. 36-38), Priscila como cooperadora, Trifena e Trifosa como diaconisas (I Co 16. 12). Em outro texto, vemos uma interpretação contraditória, de vez que, alguns tentam negar que João (chamado ancião) escreveu para uma anciã, a qual liderava a Igreja (2 João 1) fundada por João, embora no texto de João não apareça a palavra Grega Presbýtidas (presbíteras), que significa Presbítera, a qual foi usada por Paulo a Tito (Tt 2. 3). O Apóstolo João se utilizou de anciã eleita (do grego, Éklelte Kyría) que significa uma senhora escolhida para dirigir uma das Igrejas da Ásia Menor.  É um absurdo tentar dizer que a Igreja era chamada de anciã eleita, simplesmente, porque esse título não aparece sendo dado a Igreja em nenhum outro texto.

Em primeiro momento, deve-se considerar que o objetivo da carta foi orientar Tito na nomeação de anciãos em Creta (Tito 1. 5), nas cidades que fossem orientadas por Paulo.
Vê-se que Paulo, seguindo a tradição Judaica que valorizava a experiência dos mais velhos orientou a Tito que levantasse presbíteros.

Sendo assim, no capítulo 2 orienta quanto ao procedimento e paradigma dos presbíteros (Tt 2. 1, 2) e das presbíteras (Tt 2. 3, 4, 5).

Diz que as Presbíteras tinham que ter postura digna da religiosidade, não maldizentes, não dadas a muito vinho (não licenciosas, sóbrias) boas mestras (Kalodidas Kálous, do grego) capazes de ensinar as mais novas. De fato, alguns tradutores seguiram uma tradução cheia de vício, de vez que, para a Palavra Presbítero fizeram questão de dar um tom Ministerial, mas, para a palavra Presbítera um tom doméstico. Isto ocorreu por causa do forte preconceito machista em relação às mulheres.

No primeiro Século só os meninos eram educados para fins religiosos. Por isso, na Igreja Primitiva as mulheres não entendiam muito bem as Escrituras ensinadas; freqüentemente elas faziam perguntas em voz alta, em meio ao ensino, pedindo mais explicações. Paulo as exortava então a ouvirem em silêncio, na Igreja, deixando suas perguntas para fazê-las em casa (I Tm 2.11).


Fonte: Apostila: MULHER NO MINISTÉRIO? TÁ BRINCANDO!? - Maria Valda. Adquira.

Um comentário:

  1. Maria Valda
    Olha amiga, estou correndo um pouco por aqui, afinal Manaus me espera já no dia 6/12, mas isto nào quer dizer que não tenha passado por aqui.
    Amei o espaço. Sempre quis discutir isto sobre a Anciã Eleita, mas sempre era barrada sem um explicação plausível.
    Lindo artigo.
    Paz.
    Elisabeth

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