ESCATOLOGIA – ESTUDO SOBRE O QUE É ESCATOLOGIA
A Escatologia com certeza é a área da teologia que desperta mais curiosidade entre cristãos e até mesmo não cristão. Também é na Escatologia onde certamente os maiores debates teológicos são travados, isso devido as diferentes escolas de interpretação.
Devido a muitos pedidos, faremos uma série completa sobre Escatologia. Começaremos neste texto com uma visão geral sobre o que é Escatologia e, nos textos seguintes, analisaremos detalhadamente cada visão escatológica.
O que é Escatologia?
A Escatologia é o clímax da revelação divina, a principal razão da criação do mundo material, e o cumprimento dos propósitos eternos de Deus para a humanidade. A Escatologia é a divisão da Teologia Sistemática que aborda tanto as profecias que já se cumpriram, como as que ainda se cumprirão, ou seja, tudo o que era “profeticamente futuro” na época em que foi escrito.
O que significa Escatologia?
Escatologia é um termo que começou a ser utilizado no século XIX e vem do gregoeschatos, “último”, e logos, “raciocínio”, significando então “teologia (ou doutrina, raciocínio) das últimas coisas”.
Quais são os principais assuntos estudados na Escatologia?
De forma geral, um estudo escatológico completo e detalhado procura estudar:
· As profecias em relação a Jesus Cristo: tanto a profecia messiânica da primeira vinda de Cristo que é o assunto mais importante do Antigo Testamento, quanto às promessas de Sua segunda vinda;
· Profecias em relação a Israel: uma abordagem completa, iniciando desde as primeiras promessas a Abraão no livro de Gênesis;
· Profecias em relação aos gentios: existem muitas profecias na Bíblia sobre os gentios, abordando desde a primeira que ocorreu ainda na família de Noé;
· Profecias em relação à Igreja: as principais profecias estão concentradas no Novo Testamento, onde fica claro a convocação de um corpo de santos formado por judeus e gentios;
· Estado intermediário: uma abordagem sobre o estado intermediário dos homens (tanto dos salvos quanto dos ímpios) após a morte enquanto aguardam a ressurreição;
· Reino milenial: essa área é a que mais gera discussões devido as suas diferentes escolas de interpretação, mas basicamente se refere ao reino milenar de Cristo descrito em Apocalipse capítulo 20;
· Juízo final: um estudo sobre o julgamento de todos os homens. O evento do juízo final terá algumas diferenças (principalmente cronológicas) dependendo da corrente de interpretação escatológica adotada;
· Estado eterno: um aprofundamento sobre os relatos de Apocalipse 21, onde é descrito o local do estado eterno para os justos como sendo um novo céu e uma nova terra, e para os ímpios o tormento eterno no lago de fogo, que é a segunda morte.
As diferentes correntes escatológicas:
Existem basicamente quatro correntes de interpretação escatológica:
· Pré-Milenismo Histórico: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação literal de Apocalipse 20;
· Pré-Milenismo Dispensacionalista: também interpreta de forma literal o capítulo 20 de Apocalipse, e defende a segunda vinda de Cristo dividida em duas partes, sendo, a primeira pré-tribulacional para a Igreja, e pós-tribulacional para estabelecer o milênio;
· Amilenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação não literal de Apocalipse 20, ou seja, o milênio não é um período literal e sim espiritual que já começou na primeira vinda Cristo;
· Pós-Milenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e também uma interpretação não literal de Apocalipse 20, porém diferente do Amilenismo que define o início do milênio na segunda vinda de Cristo, o Pós-Milenismo acredita no milênio como sendo um período de grande paz e prosperidade no mundo ocasionado pela pregação do Evangelho.
Os pontos mais discutidos nas diferentes interpretações escatológicas:
· Segunda Vinda de Cristo/Arrebatamento: o evento em que Cristo retornará a terra. Para o Pré-Milenismo Dispensacionalista, esse evento será dividido em duas etapas, iniciando com um arrebatamento secreto da Igreja. A palavra “arrebatamento” não existe originalmente na Bíblia, mas foi traduzida de um termo grego em 1 Tessalonicenses 4:17para se referir ao encontro repentino da Igreja com Cristo nos ares;
· Tribulação/Grande Tribulação: Um período de tribulação final e intensa que afligirá o mundo. Para quem defende um arrebatamento pré-tribulacionista, a igreja não passará por esse período. Já quem defende um arrebatamento pós-tribulacionista, acredita que a igreja passará pela grande tribulação e no final será salva pela volta de Cristo;
· Tribulação de Sete Anos: No Novo Testamento não existe a informação de que o período de grande tribulação durará sete anos. Quem defende essa posição utiliza as setenta semanas de Daniel (Dn 9) combinando com um esquema de leitura do livro de Apocalipse (principalmente o capítulo 13) para construir um estudo que serve como base para o argumento;
· Anticristo: o aparecimento de uma pessoa (e/ou sistema em algumas linhas de interpretação); que exercerá um governo unificado no mundo e agirá em grande oposição a Deus;
· Milênio: período descrito em Apocalipse 20 a qual os santos reinaram com Cristo. Nesse tempo Satanás estará amarrado, e será solto apenas no fim do período. Alguns interpretam como um período literal após a volta de Cristo, e outros interpretam como um período simbólico antes da volta de Cristo.
Para uma melhor compreensão sobre o assunto, indicamos a leitura dos textos:
Sobre Daniel Conegero

Daniel Conegero é o líder do Projeto Estilo Adoração. Começou a pregar a Palavra de Deus com apenas 3 anos de idade. Aos nove anos começou a compor e liderar o louvor na igreja. É professor de Teologia e também da Escola Bíblica Dominical na igreja em que congrega. É formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Fonte: https://estiloadoracao.com/o-que-e-escatologia/
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