LIBERDADE
CRISTÃ NOS EUA, RÚSSIA, ISRAEL E BRASIL
Julio Severo
Embora fossem majoritariamente evangélicos em sua
origem, os EUA não privilegiam hoje o evangelicalismo e o governo americano
claramente o desfavorece. Nas leis de liberdade religiosa dos EUA, todas as
religiões são iguais. Assim, o evangelicalismo que fundou os EUA está
oficialmente no mesmo nível do islamismo, do hinduísmo, do catolicismo, da
bruxaria, etc.
De acordo com esse sistema americano de igualdade,
oficialmente Jesus Cristo está no mesmo nível de Maomé, Belzebu e Satanás.
Aliás, nas escolas americanas você pode rezar a Satanás e recitar o Corão
islâmico, mas você não pode orar a Jesus Cristo nem recitar a Bíblia.
De acordo com esse sistema, o governo americano não
pode honrar sua fundação evangélica acima do islamismo, hinduísmo, catolicismo,
bruxaria, etc. Se o governo americano quiser parceria religiosa, não pode dar
preferência ao evangelicalismo. É obrigado a dar parceria igual ao islamismo,
hinduísmo, catolicismo, bruxaria, etc.
Na Rússia, que é o maior país cristão ortodoxo do
mundo, não existe essa igualdade. A Igreja Cristã Ortodoxa é reconhecida pelo
governo russo como a maior religião cristã da Rússia. Católicos e evangélicos,
que são dois por cento da população russa, são cidadãos religiosos de segunda
classe. Os ortodoxos têm lá suas razões para fazer isso com os católicos,
considerando que o Vaticano sempre hostilizou a Igreja Ortodoxa, vendo-a como
rival de sua supremacia.
Os ortodoxos parecem guardar mágoas contra os
católicos por causa de uma invasão de cruzados católicos em Constantinopla, que
era a capital da Igreja Ortodoxa. Constantinopla foi saqueada, estuprada e
vitimada por causa desse ódio antigo. Embora seu foco tivesse sido em grande
parte nos muçulmanos, as Cruzadas católicas vitimaram também multidões de
inocentes judeus e cristãos ortodoxos. Mas os evangélicos nunca agiram assim
com os cristãos ortodoxos. Daí os ortodoxos não deveriam colocar os evangélicos
na Rússia como cidadãos religiosos de segunda categoria.
O Brasil imita os EUA em liberdade religiosa. Nas
recentes Olímpiadas no Brasil, o jogador Neymar, que é um evangélico nominal,
foi criticado pelo Comitê Olímpico por usar uma faixa escrita “100% JESUS. ”
Mas o mesmo Comitê Olímpico não criticou o encerramento oficial das Olímpiadas,
o qual mostrou mães-de-santo e uma glorificação descarada das religiões
afro-brasileiras.
Muitos cristãos protestaram que isso foi
discriminação. Mas o que eles queriam? Eles queriam que o mesmo respeito e
consideração dados aos demônios fossem igualmente dados a Jesus? Eles queriam
que Jesus fosse igualado aos demônios?
Na democracia de igualdade, Jesus não é melhor do
que um orixá ou Satanás. No Jornalismo da TV Cultura em 20 de agosto de 2015, o
historiador Leandro Karnal disse: “Se é proibido debochar ou insultar
religiões, uma questão que está sendo discutida no Rio de Janeiro, vamos
lembrar que satanismo também é religião e quando um pastor começar a mandar
sair o demônio de alguém, a gente pode multá-lo porque ele está insultando a fé
do satanista, já que o demônio também gera uma religião. Quem quiser atacar o
demônio, chicotear o demônio também tem de ser multado porque está insultando a
fé em Satanás. ” Você pode assistir aos comentários dele aqui: https://youtu.be/wzpqu8ZMKag
Muitos podem achar que a luta pela igualdade legal
é útil, mas está trazendo mais direitos para Satanás e seus demônios e não
glorifica Jesus, e glorificar Jesus é a missão mais importante do cristão. A
missão do cristão não é lutar para que Jesus tenha, na democracia, o mesmo
valor de Satanás e seus demônios.
Quer as leis reconheçam isso ou não, Jesus está
acima dos orixás e de Satanás, que são criaturas caídas condenadas ao inferno.
Jesus não é criatura. Ele é o Criador e Senhor. É blasfêmia concordar com leis
que igualam criaturas caídas com o Senhor que cria, salva e transforma.
Não gosto do sistema americano atual que nivela
Jesus com Belzebu. Se ressuscitasse hoje, George Washington, o primeiro
presidente dos EUA, lutaria contra esse sistema, pois ele era favorável à
prática, comum no início dos EUA, de que todo político, para ser empossado,
deveria declarar juramento, com a mão na Bíblia, de que cria na Trindade: Pai,
Filho e Espírito Santo.
E não gosto do sistema russo que coloca a Igreja
Ortodoxa como uma igreja cristã acima das igrejas evangélicas. Mas o sistema
atual dos EUA parece muito pior.
Contudo, se os EUA acham o sistema da Rússia pior,
por que não criticam também Israel? Assim como na Rússia, os evangélicos em
Israel não são mais que 2 por cento. O Centro de Pesquisa Pew nos EUA
identificou Israel como um dos países que coloca restrições elevadas nas
religiões. O Pew disse:
“Mas a lista de países com restrições elevadas
também contém alguns que são amplamente vistos como democráticos, tais como…
Israel. A pontuação elevada de Israel se deve ao… seu tratamento preferencial
aos judeus ortodoxos. O governo reconhece apenas as autoridades religiosas
judias ortodoxas em alguns assuntos de condição pessoal (tais como casamento)
com relação aos judeus e emprega a maior parte das verbas religiosas para os
judeus ortodoxos, ainda que eles representem apenas uma minoria de todos os
judeus em Israel. ”
Em seu livro “Perseguidos: A Agressão aos Cristãos”
(Thomas Nelson, 2013), Paul Marshall diz:
“Em outro exemplo, em Israel, o proselitismo
é legal enquanto não se oferece benefícios materiais para conversões. Mas
elementos dentro do governo às vezes agem como se esse não fosse o caso.
Pessoas suspeitas de serem missionárias têm vistos negados e às vezes são
presas e obrigadas a pagar fiança e assinar termos de compromisso de não
evangelizar. Ocasionalmente, multidões de pessoas atacam igrejas ou outros
prédios que abrigam conventos”.
Em comparação com os países islâmicos, Israel
oferece muito mais liberdade aos cristãos. Mas em comparação com os EUA, Israel
lhes oferece muito menos liberdade. Aliás, se nos EUA os judeus fossem tratados
como os cristãos são tratados em Israel, haveria queixas de “antissemitismo. ”
A mesma realidade se aplica à Rússia. Em comparação
com os países islâmicos, a Rússia oferece muito mais liberdade aos cristãos.
Mas assim como Israel protege e privilegia sua religião principal, a Rússia faz
a mesma coisa pela Igreja Ortodoxa Russa.
Portanto, a histeria da mídia americana contra a
Rússia é sem base. Quando a Rússia estabelece alguma restrição para atividades
religiosas não registradas, a mídia americana grita “censura” e “volta da União
Soviética. ” Mas essa mesma mídia não grita nada sobre as restrições
israelenses às atividades de evangelismo cristão em Israel. Aliás, fica em
silêncio.
A mídia americana, que faz muito estardalhaço com a
Rússia, não faz o mesmo estardalhaço com a Arábia Saudita, que mata cristãos e
proíbe a Bíblia e cultos. A única diferença parece ser que a Rússia é inimiga
política dos EUA e a Arábia Saudita é oficialmente “amiga”. Exatamente como
Israel, a Rússia não assassina cristãos e não proíbe a Bíblia e reuniões de
adoração registradas.
Evidentemente, todos esses países precisam de uma
mudança poderosa.
Israel precisa de um avivamento, para viver as
maravilhas do Messias Jesus Cristo.
A Rússia precisa de um avivamento, parar entender
que melhor que a Igreja Ortodoxa Russa é viver para Jesus Cristo.
Os EUA e o Brasil precisam de um avivamento, para
pararem de igualar Jesus e Satanás e colocá-los no mesmo nível em suas leis de
liberdade religiosa.
O autor do livro “The Pink Swastika” (A Suástica
Rosa) Scott Lively, que conhece muito bem os desafios de liberdade religiosa
nos EUA e Rússia, ofereceu seu comentário para meu blog:
“Neste conflito antiquíssimo de grupos
doutrinários, é importante reconhecer que todas as denominações e instituições
eclesiásticas não conseguem plenamente refletir ‘O Caminho do Messias’ conforme
ensina a Bíblia inteira. Qualquer movimento ou instituição religiosa que tenha
a pretensão de falar em nome de Deus ou fornecer ‘a única via verdadeira’ de
comunhão com Ele comete o pecado da arrogância. Nenhum dos apóstolos afirmou
ser portador de infalibilidade e suas perspectivas variavam amplamente, resolvendo
suas diferenças de forma prática (votando). Paulo tratou da questão de disputas
doutrinárias de modo direto em 1 Coríntios, admoestando a igreja a ‘não julgar
antes do tempo, mas aguardar até a vinda do Senhor”. Enquanto isso, precisamos
buscar a unidade espiritual de TODOS os crentes em Cristo nos pontos em que
podemos concordar — inclusive os judeus fieis à Torá que ainda não reconheceram
Jesus como Messias — e abordar nossas diferenças com amor e humildade”.
Versão em inglês deste artigo: Christian Freedom in the U.S.,
Russia, Israel and Brazil
Fonte: www.juliosevero.com
Leitura recomendada:
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